Lisboa - O Director Geral do Serviço Penitenciário da República de Angola, comissário, Bernardo Pereira do Amaral Gourgel, pediu mais algum tempo, a um pedido formulado na passada segunda-feira (19), pelo Grupo parlamentar da UNITA, manifestando interesse de realizar uma visita aos estabelecimentos de Viana e São Paulo de Luanda. No final da tarde de Quarta-feira, (20), Bernardo Gourgel, enviou carta ao maior partido da oposição sugerindo reagendamento da visita para outra data a ser anunciada.

Fonte: Club-k.net

Apesar de os deputados gozarem de imunidades para efectuarem visita as cadeias sempre que desejarem, fontes em Luanda, disseram ao Club-K, que o pedido de adiamento por parte dos serviços prisionais, está a ser interpretado como tempo para “ocultar alguma coisa” ou para “arrumar os estabelecimentos em causa” para receber as visitas.


As cadeias em Angola tem a reputação de estarem equiparadas a um “mini inferno”, com vários casos de maus tratos e frequentes casos de excessos de prisão preventivas. Recentemente, um cidadão José Massango Catumbo, 28 anos, que diz ter ficado em excesso de prisão preventiva, relatou que para se alimentar teve de algumas vezes de oferecer o seu corpo para satisfação sexual de outros presos, residentes na cadeia de Viana, em Luanda.


Já na cadeia prisão de São Paulo, os responsáveis dos serviços prisionais, estarão a temer que os deputados possam ouvir de viva voz, reclamações dos ativistas Luter King, e Tanice Neutro, que foram para ai transferidos, a pedido do advogado Francisco Muteka, devido a condição de saúde de ambos.


Acusado de incitação a violência e de resistência contra funcionário público (agente da polícia), Luter King padece de problemas sérios de visão. Já o músico Tanice Neutro, que esta preso por ter realizado protesto a solicitar soltura de Luter King, encontra-se adoentado. Quando Tanaice foi preso, o mesmo regressava da Namíbia, onde esteve a receber tratamento médico para combater hemorroidas. A cadeia de São Paulo está desprovida de condições para poder tratar da saúde dos dois.


Familiares de ambos tem denunciado que os mesmos tem recebido pressão e propostas por parte de elementos que se apresentam como membros da segurança do Estado propondo-os a gravação de um vídeo a falar mal da UNITA, em troca de liberdade. O pedido feito pelos interlocutores do regime é no sentido de os mesmos alegarem que a UNITA tenciona ordenar actos de arruaças e confusão em Angola. Os dois ativistas tem negado a oferta das autoridades.