Lisboa – Altos funcionários Serviços de Investigação Criminal (SIC), em Luanda, estão a ser citados em meios competentes como estando numa surda briga pelo destino a ser dado a quilogramas de cocaína que foram recentemente apreendidos no Porto de Luanda.

Fonte: Club-k.net


SIC desafiado a queimar publicamente  droga aprendida

De acordo com dados relatados pela imprensa angolana, a droga chegou via Porto de Luanda, num contentor contendo 164 quilos de cocaína disfarçados em onze caixas de frango congelado e detergentes (OMO), provenientes da República Federativa do Brasil.


No seguimento de um trabalho do Departamento do SIC do Porto de Luanda, em coordenação com a Direcção Central das Operações e a Direcção Nacional de Combate ao Narcotráfico (DCOPNC), que tudo fizeram para o êxito da operação, foram detidos dois cidadãos estrangeiros, sendo um brasileiro/libanês, de 35 anos, e outro palestiniano, de 41 anos. Ao serem interpelados, estes justificaram que a mercadoria pertencia a um elemento do SIC, que atende  pelo nome de Pedro de Jesus.


Apesar de a investigação ter começado com a “residentura” do SIC no Porto de Luanda, uma corrente interna defende que o processo deveria ser transferido para a Direcção de Combate ao Narcotráfico, gerando sentimento de litígio entre dois “departamentos”.


Nesta terça-feira (4), o novo Director Geral do SIC, António Paulo Bendje, convocou uma reunião de auscultação dos diferentes departamentos que teve lugar no anfiteatro da instituição no município do Cacuaco. Na referida reunião, que visou abordar as condições de trabalho dos efectivos, o responsável máximo do SIC propôs mudanças de todos os efectivos que trabalham no gabinete de investigação junto ao Porto de Luanda.


A mensagem transmitida pelos funcionários é de que tendo em conta que tanto o SIC junto ao Porto de Luanda (PL) e ao que opera junto do Aeroporto Internacional de Luanda (AIL), tem um procurador, os processos deveriam ser ai tratados, visto que quando são transferidos para a Direção de Combate ao Narcotráfico, acabam por “desaparecer”.


O recente caso as 164 quilogramas de cocaína aprendidas, no Porto de Luanda, foram levadas para serem guardadas nos cofres do departamento do narcotráfico havendo desconfianças se a mesma ainda existe.


Em condições habituais, as drogas aprendidas são guardadas em cofres por um curto período de tempo e de seguida levadas para serem queimadas na presença de testemunhas.


Ao nível do próprio SIC, tem sobressaído apelos visando chamar a atenção do Ministro Eugénio Cesar Laborinho e ao Chefe do SINSE, Fernando Garcia Miala para que possam constituir uma comissão a fim de certificar se as drogas aprendidas, tem sido verdadeiramente levadas para ser queimadas, ou se são “guardadas”.


Quando tomou posse como ministro do interior, o general Eugénio Cesar Laborinho prometeu combater o tráfico e os barões da droga pesada no país, mas, também, devolver a segurança à população. Desde então os seus discursos tem apontado para esta direção. Já a mesma tese não é identificada nas posições do novo Director Geral do SIC, António Paulo Bendje.