Luanda - O BAI registou uma subida de 40% dos lucros no primeiro semestre e espera alcançar até 90 mil milhões de kwanzas de resultados líquidos (212 milhões de euros) no final do ano em linha com as previsões do banco.

Fonte: Lusa

O presidente executivo do Banco Angolano de Investimento (BAI), Luís Lélis admitiu esta sexta-feira voltar a colocar ações no mercado, no decurso dos próximos 12 meses, "quando o momento for oportuno".

"Temos uma deliberação da assembleia geral que nos autoriza, nos próximos doze meses a colocar ações no mercado. Vamos continuar a acompanhar e quando for oportuno o conselho de administração decidir e nós comunicaremos ao mercado", indicou.

Luis Lélis falava à margem da apresentação dos resultados do banco no primeiro semestre de 2022, numa conferência de imprensa em que abordou pela primeira vez a Oferta Pública de Venda (OPV) de ações realizada em junho e que tornou o BAI na primeira empresa cotada na bolsa angolana (BODIVA).

O responsável sublinhou que este tem sido também um processo "de aprendizagem" para os acionistas e investidores do banco, indicando que ainda não há uma decisão definitiva sobre esta matéria.

"Quando o momento for oportuno iremos comunicar ao mercado", reforçou, admitindo que a decisão aconteça nos próximos doze meses: "ainda continuamos a estudar".

O BAI registou uma subida de 40% dos lucros no primeiro semestre e espera alcançar até 90 mil milhões de kwanzas de resultados líquidos (212 milhões de euros) no final do ano em linha com as previsões do banco.

O banco registou igualmente nos primeiros seis meses de 2022 uma redução de 9% do crédito líquido a clientes para 323 mil milhões de kwanzas (755 milhões de euros).

Segundo o BAI, esta descida está relacionada com a redução da carteira de crédito em moeda nacional em 25% devido, maioritariamente, ao abate de créditorelativo ao setor de promoção imobiliária após esgotadas as ações de recuperação por via do seu reembolso e redução da carteira de crédito em moeda estrangeira em 27%.

Sobre a revogação de licenças bancárias (a mais recente, a do banco Prestígio, ligado a Tchizé dos Santos), Luís Lélis escusou-se a comentar casos em concreto, mas salientou que enquanto operador do sistema bancário angolano, o BAI revê-se no conjunto de regulamentações que têm saído nos últimos anos e considera que estas ajudarão na perceção da banca angolana como sólida credível junto dos parceiros internacionais.

"Nós estamos a trabalhar para garantir total e plena conformidade das nossas operações", frisou.

Foram também as exigências crescentes do regulador que levaram o BAI a desinvestir do BAI-Microfinanças, que estava para ser vendido ao empresário angolano Antonio Mosquito, desistindo de manter duas licenças bancárias.

"Estávamos em negociação para a venda, mas por decisão estratégica e devido ao conjunto exigente de regulamentação, tornava-se complexo gerir duas licenças", afirmou o mesmo responsável, explicando que os acionistas decidiram consolidar e liquidar a operação, mas não deixam de realizar o objeto social do microcrédito.

Entretanto, a carteira de clientes do BMF está a ser transferida para o BAI Direto e até ao final do ano, o processo de negociação de rescisões com os cerca de 200 colaboradores do BMF estará concluído "com mínimo de ruído e de ondas", espera o responsável do BAI.