Luanda - Terminado o processo eleitoral em Angola, com arrojadas zonas cinzentas, que até ao momento não foram dissipadas, seguimos com as tomadas de posses das diversas entidades que compõem o aparelho do Estado, desde o Presidente da República, Deputados à Assembleia Nacional, Ministros, Secretários do Estado, Governadores e Vice-Governadores. Portanto, temos, a princípio condições, prontas para a quinta República de Angola. Então, quais são os desafios que advêm desta República?

Fonte: Club-k.net

Faremos uma abordagem utilizando dois critérios para a fundamentação das posições a tomar, nessa perspectiva, o primeiro critério, é a apresentação dos problemas resultantes da situação sócio-económico e político que o país se encontra; segundo critério, a definição na busca de soluções para os problemas.

 

Usando o primeiro critério, entendemos que, os problemas emergentes desde a criação da República de Angola, estão aquém do esperado face ao propósito que levou os nossos nacionalistas a lutarem pela independência nacional, neste quesito, falhamos categoricamente naquilo que era o ensejo de milhares dos angolanos que deram suas vidas para a nossa libertação. Diz o velho adágio popular, segundo o qual “às instituições ficam, os homens passam”, após a liberação nacional, fomos vítimas de uma incapacidade de negociação/entendimento mútuo que tornou-nos inimigos de irmãos da mesma mãe.

 

Para acabar com a guerra, foi necessário fazer a guerra, hoje, com o fim da guerra civil-militar, entramos na guerra política-social, onde todos somos soldados da primeira linha de combate. Conhecedores da realidade angolana, onde temos déficit em quase tudo, dos quais destaco alguns, déficit na educação, saúde, estradas, empregos, habitações, energia, água, saneamento básico, etc. Com todos estes acentos tónicos a recaírem no governo da quinta República, tem, indubitavelmente, responsabilidades a quadruplicar.

 

Na ressaca das eleições, usando o segundo critério para a definição na busca de soluções, “entendemos que o MPLA recebeu dois cartões amarelos em campo, só não abandonou o campo, por causa da batota do árbitro” porém, abre-se um desafio a quadruplicar aquilo que é a sua própria máquina. Assim, com a Juventude saturada com às suas políticas públicas deficitárias, sugerimos ao recém criado governo, olhar para o tipo de eleitor que deu-lhes o duplo cartão amarelo, e entender que só está-se nesta posição de governantes a cumprir formalidades pois a bom rigor, seria a UNITA à governar.

 

Entendemos que às soluções para a situação actual são várias, ainda assim destacamos algumas, a despartidarização do Estado, a implementação das autarquias locais a nível nacional, a atribuição de cargos por competência e não militância — pois no final do dia, o militante também é cidadão, sujeito a todas atrocidades que um não militante competente pode passar, “priorizar o campo para o benefício da cidade” — extrato do pensamento político — Mwangai/UNITA, a criação de condições para a transformação do Estado de um ente público que cria condições para o sector privado investir, sem necessidade de competir com próprio Estado, aceitação de investimento estrangeiros sem necessidade de exigir milhões de dólares para “gasosa” — como forma de proteção do seu investimento no país. Construção de escolas públicas — constitui uma autêntica vergonha, num país a nossa dimensão, onde a maioria é jovem, ao mesmo tempo detendo um dos maiores índice de crianças fora do sistema escolar, quanta aberração, formação e capacitação dos professores — é justo que os nossos professores, estejam em prontidão total para debitarem permanente o seu conhecimento no desenvolvimento do país, exige-se um subsídio de investigação para os professores para todos os níveis, este investimento, deve ser feito anualmente, cada professor, teria a responsabilidade de trazer o seu estudo para ajudar na resolução dos problemas do país, temos a total certeza que em 5 anos com o investimento desta natureza, Angola seria uma potência em África.

 

Aos deputados, quer do MPLA quer da UNITA, entendemos que chegou o momento de exercerem os seus devidos trabalhos com zelo e responsabilidade, à UNITA, recomendamos que antecipe na negociação e/ou apresentação da proposta de lei que vem institucionalizando às autarquias com a maior urgência, que não fique à mercê do MPLA, recomenda-se mais proatividade e menos reclamações, conhecemos e entendemos às circunstâncias e realidade do país, porém, ao pacato cidadão, farta-se de tantos lamentos, até quando que deveremos continuar a reclamar? Soluções exigem-se com urgência.

 

Ainda assim, sugerimos a apresentação de uma proposta do OGE para vir a contrapor à proposta do governo, pois sabemos que por regra, desde então, a UNITA vota contra a proposta do Governo, pouco ou quase nada nos é apresentado como contraproposta, é digno e justo que permita-nos entender os seus intentos e assim, a par dos argumentos de razão que hão de tecer no parlamento, teremos a proposta para a nossa apreciação. Um bem-haja à quinta República de Angola