Luanda - Muitas vezes, assim como agora, antes de começar a verter os verbos indignados sobre este assunto acompanho de forma silente os factos que para um país que se orgulha em ter um satélite em órbita ainda debate assuntos fúteis que deveriam fazer parte do grupo das conversas sem fundo e sem fruto.

Fonte: Club-k.net

Em leituras transversais eis que fico a saber que afinal a bata branca é tida como o sinónimo de salvação nas lides dos que cuidam da saúde da sociedade: os médicos. É incrível e até parece coincidência que as duas classes que mais prestam um serviço quase que pastoral, de sacerdócio são os que menos são respeitados, tidos e achados. Alguma implicância há contra as batas brancas.

 

Cingir-me-ei a opinar estritamente sobre a classe daqueles que formam os que formam e os que formam e têm formado as mentes de quem salva: O professorado.

 

Já chega até a ser um bocado cansativo. Já há quem diga “vocês reclamam muito”. Compreendo perfeitamente este tipo de sentimento e verbalização não fosse antes um intelectual.

 

Sou habitante da fonte de fabricação das Fake News até a média dizer que é mentira e afinal ser verdade. “Professor que levou alunos à manifestação está impedido de dar aulas”. Se é verdade ou não a TPA e a Zimbo não dizem. A ser verdade acho que serei o próximo professor nesta condição quando um dia assistirem uma aula minha e se aperceberem do que falo com os alunos porque o professor tem o poder de melhorar ou piorar o mundo em que vivemos.

 

Graças ao “Programa Nacional de Distribuição de Carteiras” muitas crianças terão uma posição correcta para escrever. Precisávamos disso? E se todas as escolas tivessem um professor como ele? Quiçá ninguém na sala de aulas sentaria na lata.

 

E o que dizem os responsáveis das escolas? Dizem-se gestores escolares quando na verdade estão ao serviço do regime e que de forma taciturna vão colaborando com as atrocidades que se vivem em cada escola. Não são todos obviamente mas acreditem que precisam fazer mais. Da inspeção escolar? Prefiro nem comentar.

 

Será pedir muito que respeitem um pouco a classe dos uniformizados de branco? Até onde sei, não vos fizemos nada. Ou se alguém um dia fez digam por favor. E aproveito a ocasião para pedir desculpas pelo o que não fizemos.