WASHINGTON — A organização de direitos humanos Amnistia Internacional (AI) exigiu nesta quinta-feira, 20, que a polícia angolana revele o paradeiro de um rapaz de cinco anos de idade que desapareceu após uma operação da corporação contra uma comunidade mocubal em Ndamba nos arredores de Namibe, cidade capital da província de mesmo nome.

Fonte: VOA

A organização disse que durante a operação foram incendiadas 16 casas e outra propriedade pessoal incluindo cobertores, roupa e contentores de água.

 

“Mbapamuhuka Caçador de cinco anos de idade desapareceu depois de uma rusga a 12 de Outubro pela Polícia de Intervenção Rápida que foi despoletada por uma disputa de terras”, diz a AI.

 

“Os residentes receiam que o rapaz possa ter sido queimado vivo numa das casas atacadas pela polícia nas suas acções violentas contra a comunidade”, continua o comunicado em que o director para a África Oriental e Austral, Muleya Mwananyanda, sublinha que o desaparecimento da criança “equivale a desaparecimento forçado o que é um crime ao abrigo da lei internacional”.

 

“É também profundamente preocupante que a polícia tenha feito uso de tanta força e brutalidade para resolver um assunto doméstico”, acrescenta Mwananyanda.

 

A AI pede uma investigação imparcial, independente e transparente ao incidente.

 

A organização assegura que a operação policial “foi dirigida pelo filho do Sr. Cunha, o antigo (falecido) chefe provincial da polícia na província do Namibe”

 

“O ataque foi levado a cabo em nome da viúva do Sr. Cunha, Antónia Fernanda como parte de uma campanha para anexar à força terra da comunidade mocubal adjacente à sua propriedade comercial agrícola”, acusa a organização.

 

A AI conclui que cinco pessoas foram presas durante a operação mas foram posteriormente libertadas.