Briosa fortaleza juvenil do Huambo.
Egrégios concidadãos.

Nestes dias, de difícil compreensão histórica e de incontornáveis retrocessos civilizacionais onde o desejo de ver o Huambo a subir os degraus do desenvolvimento vê-se imolado pelos interesses vis dos inimigos do crescimento da nossa urbe, coube-nos a missão tendencialmente impossível de proferirmos alguma palavras sobre o estado da província.

 

Desde já, teço vos, com prazer especialmente sentido uma palavra de gratidão e inestimável admiração por se empenharem na edificação desta mártire provincia e dirijo-vos também uma palavra peregrina para saudar a graciosidade que nunca vos cansou do digno e paciente libelo que embora espinhoso, nos enleiam com uma satisfação comovida.

 

Os Adventos da modernidade cujas exigências axiológicas permitem que a administração pública, nos termos em que nos desafiamos curar, viesse a luz do dia como resultado histórico de um processo de concentração, territorialização e institucionalização do poder político.

 

Ademais, permitamo-nos então descortinar l sentido primevo da palavra administração que, quando a associada à categoria” publicidade” reflete-nos uma ideia de gestão de recursos escassos, através do funcionamento de uma organização, para obtenção de utilidades segundo opções pré-determinadas.

 

E, nesta medida, a administração pública, implica necessariamente a existência de fins públicos e visa fundamentalmente a satisfação de necessidades de acordo com os valores estruturantes da uma comunidade histórico concretamente situada.

Egrégios concidadãos, o Huambo prescindiu a salvaguarda de interesses qualificáveis como coletivos que devem integrar o núcleo essencial da actuação administrativa, a administração pública é um órgão público de gestão, devem garantir de forma regular, disciplinada e continua às necessidades colectivas que visa realizar.

O governo provincial do Huambo continua a andar na contra mão das exigências predicativas do nosso tempo, adiando assim a prossecução dos interesses colectivos, porquanto que essa prossecução vê-se dependente dos caprichos das figuras de proa do governo provincial do Huambo.

Contudo, é imperioso realçarmos, o governo do Huambo desconhece a posição e às responsabilidades que a administração pública ocupa na realização dos interesses onde projetamos a nossa coletividade, existe em cada relação intersubjetivamente marcada dois polos contrapostos e é pela consciência daquilo que, em nome de todos, a sociedade exige a cada gestor da província do Huambo que afirmem a vossa humanidade e disponham do vosso bom estado de espírito como bússolas orientadoras dos trilhos que devem levar ao exercício dos direitos cintilados pela estrela de um dever cumprido com sobriedade, elegância e alegria de quem abraça os desafios da sua governação com sabedoria de quem toca o absoluto no relativo das suas circunstâncias.

Dilectos concidadãos, o estado da província, é deveras uma preocupação de interesse geral.

Permitam-me as questões retóricas;

1- Qual o retrato econômico, social e político da província do Huambo?

2- O que melhorou no pretérito quinquênio?

3- O que piorou ou continua na mesma?

4- Quais são as dificuldades que o governo do Huambo tem encontrado para melhorar a situação, nos diversos sectores?

5- Em que consiste a distância tanto quilométrica, assim como afetiva entre governantes e governados?

A província do Huambo parou no tempo, no longíquo ano 2008, nos últimos anos assistimos um verdadeiro festival de retrocessos,

- com a degradação do tecido social da província.

- Mudança radical do clima motivada pelo abate ilegal de árvores,

Desvio do erário público por parte de dirigentes do executivo local,

-Preferência a ligação ao cordão umbilical em detrimento da competência.

- Obras do PIMM do pretérito quinquênio totalmente paralisadas.

- Jardim da Cultura abandonado a própria sorte.

- Edifício dos antigos combatentes como uma execução financeira a 100% abandonado.

- Obras de escolas no bairro Santo Antônio e juventude totalmente abandonadas.

- Duas escolas ecológicas criadas para promover a educação ambiental, numa altura em que se queria fazer do Huambo capital ecológica, duas casas que custaram dos cofres do Estado continuam encerradas a mais de 8 anos. A primeira custou dos cofres do Estado catorze milhões, 70mil e 919 Kwanzas, um edifício antigo que foi ampliado, reabilitado e equipado, a segunda custou três vezes mais que o valor da primeira.


- Aterro sanitário da catanguenha, custou bilhões aos cofres do Estado, a obra está abandonada a mais de 10anos.

- As administrações municipais continuam a não dar provimento ao projecto do CNJ sobre a cedência de terras para projectos agrícolas.


- A Província do Huambo é nesta altura a única província do país sem vice governador para o sector político, social e econômico.

- Tudo porque desrespeitando os discursos orientadores do presidente da república, como aliás é recorrente a governadora do Huambo decidiu mandar nomes que disvirtuam o combate à corrupção.

- Não há diálogo entre governantes e governados, os pedidos de audiência não são atendidos ou seja há uma franja da sociedade marginalizada.

- Há um clima de crispação que mina a convivência na província, chegando ao ponto de mais velhos e jovens sentirem-se completamente subjugados por indivíduos que, na boleia da proteção que têm da figura de proa, vão fazendo tudo que lhes apetece, sendo ou não do interesse público, e, quem se atrever a pensar diferente, é arrastado para engordar a lista das pessoas ou quadros” non gratos”.


- Importa realçar o bom trabalho dos órgãos de defesa e segurança que têm estado a cumprir com brio e brilho o seu papel.

Apelamos a juventude do Huambo a continuar a desafiar o silêncio, fiscalizando as ações do governo, e que a palavra, tal como concebemos, constitua sempre o mastro veleiro da administração pública.

 

Por último, caso o MPLA não mude, é a UNITA continuar a parecer-se cada vez mais aos camaradas do Huambo, a única salvação do sonho por um Huambo melhor, implantação da cultura da competência e serviço público das instituições públicas no Huambo, passa por uma sociedade civil lúcida e corajosa que deve se apresentar para liderar seus próprios destinos com a implementação das eleições autárquicas.

Perdeu-se, objetivamente, a confiança nos políticos dominantes.