Luanda - O presidente da república não pôde fazer das eleições autárquicas, um monologo discursivo para se ouvir a si mesmo. Ao apoderar-se do discurso sobre as eleições autárquicas, o presidente nocauteou a constituição e assassinou a lei eleitoral no seu todo. As eleições autárquicas, não são uma agenda individual do presidente da república nem do executivo, menos ainda do MPLA.


Fonte: Club-k.net

O diálogo sobre as autarquias terá de ser inteligente, franco, aberto e frontal. Não foi bom ouvir da boca do mais alto mandatário da república, palavras promotoras de tamanha discórdia entre governantes e governados.


Em Angola vivem-se momentos de extremo conformismo tétrico, e de falsa identidade patriótica-nacionalista. A situação é calamitosa e deveras confusa. Do presidente da república, ouviu-se prometer publicamente não convocar assanhadamente eleições autárquicas a partir do exterior, em Dakar.


Foram palavras que trouxeram consigo desesperanças várias. Ninguém mais em Angola, quer ser conduzido através do retrovisor. Por outro lado, não cabe ao presidente do MPLA decidir como, porquê e quando o soberano deseja ver realizado o sonho das eleições autárquicas!
Todos querem construir uma nova pirâmide arquitetónica, para ajudar a parir uma nova Angola, e retirar o país do estado lastimável em que se encontra.


O momento agora é de concórdia, não é mais momento de omissão nem de neutralidade. A situação vigente é grave, e obriga-nos todos unirmo-nos para continuar a luta pela estabilização e verdade democrática de Angola.


A união de forças, que nos levou ao sucesso eleitoral obtido em 24 de agosto de 2022, não pôde esmorecer, sabemos que a caminhada é difícil, mas vale muito apena continuar, a luta pela igualdade de direitos exige de todos um elevado preço e sacrifício.


Porém, não se pôde desfalecer agora, a que encontrar forças aonde elas não existem, temos que fortalecer o pacto de união, e continuar a lutar com decisiva firmeza, só desta maneira derrotaremos a subversão e desordem político-social.


A democracia é o garante da paz e progresso social, além de ser igualmente o grande guarda-chuva onde se abrigam todos os direitos coletivos dos angolanos, em suma, ele é o garante da nossa coexistência pacifica enquanto povo.


A única saída para se manter a higiene mental, é a de se convocar a união de todos nacionalistas democratas, e juntos provocar a necessária virada de paradigmas.


João Lourenço e o governo do MPLA, não querem as autarquias, isso já ficou bem claro, eles negam-se taxativamente realizar as autárquicas, por uma simples razão, ambos precisam de tempo útil.


Deduzem eles, que o tempo por si só, pode jogar a seu favor, eles buscam a todo o custo melhorar a aprovação popular de ambos, pois, temem ser humilhados no pleito autárquico.


O povo não aguenta mais ver o país nas mãos do mesmo partido. A situação de agora, ultrapassa de longe as motivações que levam o regime a fugir assanhadamente das autarquias.


De qualquer modo, para bom entendedor, as suas palavras foram esclarecedoras, pois, ele apenas desdisse o que afirmou na campanha eleitoral que faria. Enfim, coisas do Mimoso.


Já que o presidente da república se sentiu legitimado, para tecer tais declarações, que em abono da verdade foram feitas fora da curva da normalidade democrática.


Do mesmo modo, as oposições e a sociedade civil, também elas têm toda legitimidade de buscar consensos em outras paragens, para protestar contra tão absurdas e levianas palavras anti autárquicas.


Vistas as coisas de outro angulo, pôde-se assim depreender, que em mais de 47 anos, a casta de governadores provinciais, administradores municipais, distritais e comunais etc, nunca trabalharam ao relento nem a sombra de embondeiros e/ou de mulembeiras.


Verdade seja dita, Angola não nasceu de um parto normal, nem de uma relação saudável de amor, onde a utopia não seja a degenerada culpada da destruição de tão elevado sentimento. Na verdade, a culpa não é da utopia nem do sonho, a culpa é do sonhador assanhado.


Angola, nasceu de um contexto de luta político-militar agressivo, eivado de ódios vários, que de resto fragmentaram cineticamente a fragrância evolutiva dos nossos ideais desencontrados.


O país tem sido alimentado por refinadas ideologias rusticas, propagadas por comissários políticos rufias, que se julgam iluminados além de afirmarem nacionalistas, qual Agostinho Neto, o mortal, guia imortal da revolução. Debalde


Que fique claro, as autarquias não são uma agenda do presidente da república, nem do executivo, menos ainda do MPLA. Ela é uma agenda de todos, as autarquias fazem parte do imaginário dos angolanos cônscios do seu dever patriótico de lutar pela democratização do país.


Daí, urge mostrar ao presidente do MPLA, que ele não é dono e senhor de Angola, tão pouco tem o direito de negar-se em realizar a vontade do povo querer apagar o excessivo déficit democrático de que Angola padece.


Sobre as autarquias, o não está dividido, antes pelo contrário, a maioria esmagadora quer a realização de eleições autárquicas em 2023, o país tem que se unir, para impor ao regime a realização a agenda das eleições autárquicas.


O presidente João Lourenço, é somente o pior dos presidentes que o país já teve em 47 anos. É triste ter como presidente da república alguém que não se cansa de praticar bullying contra os seus concidadãos.
Com ou sem assanhamento, que venham então as tão sonhadas eleições autárquicas. Ou vão nos roubar também esse direito tão constitucionalíssimo? Estamos. Juntos.