Luanda - Nos últimos tempos, de forma arrojada, A Televisão Pública de Angola decidiu incluir na sua grelha de programação uma rubrica, a qual nominou “caminhos para o desenvolvimento”. Seguindo a lógica da rubrica, busca passar em revista à situação socioeconômica regional, onde analistas locais apresentam suas visões e percepções do ponto de situação da região na qual estejam vinculados, porém, cada um defendendo o seu ponto de vista, visto, ponto a ponto. Diga-se, um respeito ao direito ao exercício da cidadania e participação da vida política activa dos cidadãos.

Fonte: Club-k.net

Propusemo-nos refletir nesta rubrica e na essência da sua existência, pois entendemos que é ali onde reside a incongruência do maior espaço de notícias deste órgão público.

Questionamos, há necessidade de criar uma rubrica para o telejornal da TPA passar em revista à situação socioeconômica do país? Entendemos que não, pois os serviços noticiosos desta cadeia televisiva que é sustentada com fundos públicos, tem a obrigação de passar à situação socioeconômica do país e ajudar quem governa a ter melhor percepção da situação e busca de melhores soluções para satisfação das necessidades colectivas, entendemos que esta é uma obrigação inevitável da TPA por constituir seu objeto de trabalho.

Outrossim, deparamos-nos com uma situação caricata, onde a emissão da rubrica emitido em directo suscita-nos mais uma crítica pois sabe-se que às dezoito províncias do país detém uma direção da Televisão Pública de Angola e ambas com meios e jornalistas que aí prestam o seu serviço à comunidade, porém, para emissão desta rubrica, a TPA vê-se obrigada a deslocar meios humanos e técnicos para o interior para permitir a emissão do mesmo. Questionamos, para que serve as direcções provinciais da TPA?

Questionamos, se a TPA sabe que no interior do país não há meios técnicos e humanos porque não potencia isso? Nos seus 46 anos de existência, não conseguiu ter jornalistas que possam representar condignamente o seu órgão? Deve se importar jornalistas de Luanda para fazer frente à falta de jornalistas locais qualificados para o efeito? ou é uma forma de inferiorizar cada vez mais os jornalistas provincianos tal como o diz reiteradamente o jornalista sénior Ilidio Manuel?

Entendemos que uma das formas que os jornalistas provincianos têm sofrido é a falta de oportunidade pelas respectivas direções, pois, entende-se, uma vez jornalista, está-se em condições para apresentar e representar o seu respectivo órgão na localidade pela qual encontra-se como seu domicílio de trabalho.

As despesas que se fazem com a logística de envio de meios técnicos e corpo jornalístico vindo de Luanda para o interior nos seus 46 anos de existências, temos a total certeza que se se investisse nos meios técnicos e humanos, hoje, não estaríamos a levantar essa discussão para mostrarmos o nosso descontentamento. Entenda-se, servimo-nos desta para nos solidarizarmos com os jornalistas provincianos que reiteradamente têm sido afastados pois entendemos que isto, é discriminação profissional, o que deve suscitar discussões no sentido de terminarmos com essa barbarie. Um bem-haja aos jornalistas provincianos