LUANDA — Os angolanos viveram nos últimos três um ambiente de "terrorismo de Estado" que não pode continuar, disse o presidente da UNITA na reunião do Comité Permanente do partido na quinta-feira, 17, em Luanda.

Fonte: VOA

"Temos que virar a página, porque todos somos angolanos. Temos de dialogar", disse Adalberto Costa Júnior, depois de reconhecer que a afirmação dele podia conter "palavras duras".


"Nós vivemos, nos últimos três anos, um ambiente de terrorismo de Estado, completamente antidemocrático", afirmou o líder do partido do galo negro, para quem este ambiente "já não pode acontecer em Angola porque as eleições são cíclicas e não são uma novidade".

"Nós temos que normalizar o funcionamento das instituições e da nossa própria vida, temos que olhar para os processos eleitorais como circunstâncias cíclicas e normais e não como algo extraordinário, as eleições vão ocorrer nos níveis e nos formatos comuns, dentro e fora das instituições e elas são boas, porque permitem renovação, porque não é bom quando se permanece muito tempo na interpretação de funções, ganham-se vícios e perde-se sensibilidade", apontou o líder da oposição, para quem as eleições trouxeram "uma forte mensagem".


"Estas eleições marcaram uma diferença substancial com todas as anteriores. Estou seguro que os angolanos desta vez mandaram uma mensagem para dentro dos partidos políticos, também para nós, estas eleições não foram as tradicionais eleições de contexto histórico emocional, acabou esse tipo de votação", afirmou.

Depois de criticar o alastramento da "miséria absoluta", o líder da oposição voltou a pedir eleições autárquicas em 2023 em todos os municípios.

Também nesta sexta-feira, 18, na abertura de uma reunião da Comissão Política da UNITA, ele lembrou que "nós fizemos essa promessa e alguém nos seguiu e nós não combinamos para que fossemos seguidos nesse tipo de promessas e temos aquelas promessas que não são só nossas, são também de quem hoje está sentado na cadeira da governação".

Adalberto Costa Júnior alertou que as autarquias não são uma questão de pressa, "são uma questão de necessidade".

Ele apontou que o Governo quer seguir o modelo moçambicano, mas, aconselhou, "sigam Cabo Verde, onde o Governo tem enviado tantas delegações".

A reunião termina no sábado.