Luanda - O cônsul honorário do Burkina Faso em Angola está a ser acusado de usar “igrejas para facilitar a passagem ilegal de cidadãos estrangeiros em Luanda”. Issa Tago, o cônsul honorário do Burkina Faso em Angola, já reagiu e diz serem falsas as acusações que pesam sobre si.

Fonte: RFI

Em declarações à RFI, o advogado Sebastião Assurreia aponta que os estrangeiros vêm ao país como missionários para prestarem, alegadamente serviço para o cônsul do Burkina Faso em Angola, Issa Tago, na província do Kuanza Sul.

 

O causídico sublinha que, para o sucesso do suposto esquema, o diplomata envolve igrejas que são utilizadas como porta de entrada dos referidos estrangeiros.

 

Para sustentar as acusações, o queixoso exibiu um documento de um cidadão que se apresenta como burkinabé, cuja entrada na capital angolana terá, presumivelmente, contado com a ajuda do representante do Burkina Faso em Angola.

 

“A maior parte dos estrangeiros que estão aqui em Angola de forma ilegal tem dedo supostamente do cônsul! São eles que pegam esses estrangeiros, colocam na igreja e, depois, colocam em várias cantinas, para pode obter dinheiro. São estas situações reais que a nós nos entristece e como angolano estamos a fazer uma denuncia pública aos órgãos de justiça quanto ao trabalho e atitude que tem tido o cônsul do Burkina Faso em Angola”, denunciou Sebastião Assureia.

 

Diante das acusações, Issa Tago, cônsul do Burkina Faso em Angola, desmente e alega que o seu papel é apenas regularizar a situação migratória de cidadãos burkinabés e não promover a imigração ilegal.

 

Questionado sobre a situação de um cidadão que dizem ter entrado em Luanda com ajuda do diplomata, Issa Tago esclarece que apenas tratou do processo migratório, porque o jovem se apresentou no consulado como burkinabé.

 

“Eu sou cônsul do Burkina Faso. Quando aparecer um burkinabé tenho obrigação de o receber e tentar organizar a sua situação migratória. Isso não é verdade. Não vou na fronteira, não pago nenhuma pessoa para vir aqui ilegalmente. Quando vem um burkinabé ao consulado, se ele conseguir se identificar que é um burkinabé eu tenho obrigação de o ajudar, porque é o meu dever”, esclareceu o cônsul honorário do Burkina Faso em Angola.