Brasília - O Chefe adjunto da Unidade de Segurança Presidencial, brigadeiro Santos Manuel Nobre “Barba branca”, foi levado na noite de 30 de dezembro para responder junto a uma delegacia em Brasília, pela pratica de agressão contra um grupo de jovens angolanos que queria se manifestar em frente ao hotel onde se encontra hospedado o Presidente angolano João Manuel Gonçalves Lourenço, na capital brasileira.

Fonte: Club-k.net

TEM A FAMA DE IMITAR O GENERAL ZÉ MARIA 

Liderando o grupo de avanço, o brigadeiro Santos Manuel Nobre, viajou ao Brasil para acompanhar João Lourenço, que foi a este país para participar na cerimonia de tomada de posse de Lula da Silva que acontece a 1 de Janeiro. O referido grupo de avanço da USP, ficou hospedado no Hotel San Marco de Brasília.

 

Ao cair da noite, o brigadeiro Santos Nobre foi informado que um grupo de três angolanos estavam no reis de chão a fazer levantamento para uma manifestação nos próximos dias, a fim de exigir do Presidente João Lourenço o respeito pelos direitos humanos em Angola e a libertação dos ativistas Luter King e Tanaine Neutro, presos em Luanda desde Janeiro de 2022.

 

Quando eram 20h40min, o brigadeiro Santos Nobre Manuel que se encontrava acomodado no quarto 307, do hotel San Marco desceu irritado até a recepção para tomar medidas ativas contra os três jovens que faziam parte do grupo de avanço dos manifestantes. Fazia parte do grupo de ativistas, o angolano Jota Privado “Predador de Noticias”, Marley e um outro identificado por Leandro que estava a filmar o episódio de agressão do segundo comandante da USP.

 

Inconformado pelo facto de ter sido filmado a bater os jovens, o brigadeiro “Barba branca”  da USP pediu reforço de um grupo de (cerca de 10 colegas) para agredir os três manifestantes e confiscar os telemoveis que traziam o registro da agressão que comprometia a sua imagem.

 

Ao notar a excessiva agressão física de 10 contra três, um dos funcionários do hotel San Marco, chamou a polícia que de imediato chegou ao local levando o brigadeiro agressor e os lesados.

 

Santos Nobre Manuel foi levado para a quinta delegacia de polícia (05 DP), na qual foi aberto contra si, uma queixa-crime pela pratica de lesão corporal, com o processo numero 11614/2022.

Incialmente alterado, o brigadeiro Santos Manuel, de 55 anos de idade, foi ouvido pelo delegado brasileiro Fabio Costa dos Prazeres. Inconformado por não estar habituado a ir parar numa esquadra de polícia, o oficial angolano apresentou-se como sendo general proferindo ameaças e retaliação a um general brasileiro que fosse a Angola.

 

Depois de interrogado, o mesmo foi ordenado a regressar ao hotel. Segundo apurou o Club-K, ao total o brigadeiro Santos Nobre Manuel, estava acompanhado por cerca de 10 elementos, dentre os quais o chefe do grupo da USP nesta comitiva, Francisco Gerônimo Domingos, que se encontra hospedado no quarto 301.

 

Os outros elementos da USP, são: Antônio Joaquim Gomes (hospede do quarto 229) , Hermenegildo Jose Lopes Narciso (quarto 231), Bernardo Gouveia Miguel (quarto 720), Edna do Amaral Simosa (quarto 501), Manuel Pedro Caliongo (quarto 329), Antônio Praia Cabaça (528), Bartolomeu Miguel Cassoma (quarto 121), e Mateus João Ferreira (716).

 

No cargo a menos de dois anos, o brigadeiro Santos Manuel Nobre, tem na sua ficha de trabalho marcada por antecedentes menos bons e de outros excessos tais como prender colegas sem ouvir a procuradoria militar e ameaças contra as tropas. Acusam-no de imitar o antigo general José Maria pela forma de maltratar a tropa.

 

Natural do Kwanza-Norte, o brigadeiro Santos Manuel Nobre “Barba branca”  entrou para Unidade de Segurança Pessoal por conta do seu tio general José João “Maua”, que é o comandante da USP. Antes exercia as funções de comandante da guarnição de especial do palácio presidencial (GEPP). Ao tempo de comandante GEPP, prendia constantemente os subordinados, sem ouvir a procuradoria militar, como forma de impor disciplina. Desde que saiu do GEPP, esta unidade passou a observar tranquilidade e sem registros de prisões arbitrarias.

 

É visto como o forte candidato a sucessão do tio José João “Maua”, no cargo de comandante da USP. Internamente, a sua possível ascensão, é vista com objeções, devido aos excessos e por ter a fama de nepotista. Indicou há poucos meses o seu irmão, Major Certeza, para chefiar a equipa de escolta da nova Vice-Presidente da Republica, Esperança Costa.

 

Fora da vida militar, Santos Nobre tem se dedicado também aos negócios privados por via de uma empresa de nome SANFRAN que é gerido por um sargento da USP, Ivo dos Passos. Detém também sobre seu controle uma escola de condução de nome NOBRE, em que o mesmo é o Director-Geral, em violação a legislação que proíbe aos titulares de cargos públicos de exercerem cargos no sector privado.

 

Tem a fama de gostar muito de dinheiro, e de ter criado um  esquema em que os soldados escalados por si  para o acompanhamento das deslocações presidenciais no exterior do país, tem depois da viagem de dar-lhe uma propina. Em tempos, afastou um oficial identificado por capitão Raúl, por não lhe ter dado propinas no decorrer de uma deslocação do Presidente da RDC a Luanda.

 

Para além do acto de agressão que protagonizou esta semana no Brasil, a sua missão mais notada neste mês de Dezembro, foi a condução de uma delegação que foi ao Mausoléu Dr Agostinho Neto, para fazer limpeza ao jazigo do malogrado Presidente José Eduardo dos Santos que estava a exalar. Nas imagens tiradas em frente ao jazigo, Santos Manuel Nobre, aparece com a sua farda militar e os seus galões de brigadeiro.