Luanda - Todo e qualquer funcionário de um órgão de segurança nacional e da guarda presidencial está sujeito aos regulamentos, princípios, normas e leis militares, na qual devem ser cumpridos com honra, lealdade e patriotismo, tendo a Nação como prioridade, protegendo-a dos inimigos internos e externos, garantindo desse jeito a integridade territorial e o bom funcionamento das instituições público-sociais.

Fonte: Club-k.net

A questão da segurança a nível diplomático obedece dinâmicas que exige conhecimento estratégico-militar (espionagem) e conhecimento político (protocolos diplomáticos, direito internacional), ou seja, a situação aqui tem mais haver com deontologia profissional, postura diplomática, dominar com eficácia os memorandos, conhecer as técnicas de tratativas de negociação de paz, saber como empregar meios e instrumentos que garantem a estabilidade e evitam as tensões, conflitos, caos, etc.


Quando um Chefe de Estado desloca-se ao estrangeiro a delegação e o pessoal da segurança (escolta presidencial) devem ter em conta quatro requisitos essenciais:


1. Coordenação total entre a delegação presidencial e a Embaixada do País no exterior. Em poucas palavras isso quer dizer que um Chefe de Estado assim que chega ao local de destino não deve presenciar embaraços nem inconveniências, a equipa de avanço e os diplomatas se devem certificar com antecedência de deixar tudo em ordem para a chegada do Presidente, se ele tiver que se reunir com grupos de empresários, políticos, membros de um governo ou organização, os contactos devem ser feitos muito antes com competência e eficiência, não deve existir isso de que estava agendado algo mas depois foi cancelado, em diplomacia pública isso constitui uma falha grave;

2. Postura diplomática por parte da escolta presidencial. Sendo que a guarda de um Chefe de Estado é composta por militares e agentes especiais, nas viagens de Estado, a postura destes deve ser uma postura diplomática, obedecendo os princípios da diplomacia militar, em momento nenhum a escolta deve meter-se em situações de complexidade, porque isto pode colocar em risco a imagem e a segurança do Presidente.


3. Serviços de inteligência diplomática. Há uma grande diferença entre inteligência diplomática (espionagem diplomática) e inteligência de Estado (colecta de informações estatais, defesa e segurança), mas nesse sentido, a inteligência diplomática serve para prevenir quaisquer embaraços ou incidentes protocolares e diplomáticos, por exemplo durante a visita de Sua Excelência Presidente João Lourenço à Brasília para presenciar a tomada de posse do terceiro mandato do Presidente Lula da Silva, estava agendado um encontro entre os dois Chefes de Estado mas no último instante o encontro foi cancelado, se a inteligência diplomática entrasse em acção, independentemente das circunstâncias, esse encontro jamais falharia.


Todos os governos do Mundo possuem Serviços de Inteligência Externa (esses serviços são importantes), mas nem todos os governos possuem serviços ou agentes que actuam na esfera da inteligência diplomática, sobretudo os governos africanos carecem disso, praticamente não têm esses serviços, para não falarmos dos serviços de contra inteligência diplomática, a ausência desses serviços em parte tornam vulneráveis questões de política externa de um governo que deseja se afirmar na arena internacional.


4. Mídia e relações públicas presidencial no estrangeiro. Os funcionários diplomáticos, especificamente o departamento de imprensa da Embaixada do País, devem criar condições de alto nível na recepção do Chefe de Estado, ao chegar, o Presidente deve ter à sua disposição um grupo de jornalistas, cronistas, editores de revistas, fazedores de opiniões, analistas políticos, bloggers, youtubers, etc, que estarão ali para promover a sua imagem e fazer toda a cobertura da sua estadia naquele País, em diplomacia isso as vezes vale mais que o próprio resultado, depende das estratégias.


O.B.S: só mencionei aqui 4 requisitos básicos diplomáticos, a diplomacia possui inúmeras regras e princípios, conheço mais de mil regras, regras estas no âmbito da diplomacia presidencial; diplomacia militar; diplomacia econômica; diplomaica cultural; diplomacia pública; diplomacia da comunicação (comunicação político-diplomática); diplomacia jurídico-legal; um bom diplomata deve dominar tudo isso.

 

Inteligência diplomática
Inteligência militar
Diplomacia militar
Protocolo internacional militar
Planejamento operacional militar
Departamento estratégico de projectos nacionais
Diplomacia presidencial
Competências Internacionais

 

Por: Leonardo Quarenta
Ph.D em Direito Constitucional e Internacional
Mestrado em Relações Internacionais: Diplomacia, Mediação e Gestão de Crises
Formação em Conselheiro Civil e Militar
Formação em Geopolítica de África: O Papel da CPLP na Segurança Regional