Lisboa – O membro do Conselho da República de Angola, Sebastião Ismael Mateus, é de opinião que as denuncias comprometedoras a volta de altos responsáveis do SIC-Luanda envolvidos no narcotráfico, na capital do país, deveriam ser investigadas por um outro órgão como é o caso do SINSE, ou a PGR, e nunca pelo próprio SIC.

Fonte: Club-k.net

“É evidente que não pode ser o SIC a investigar as denuncias postas a circular. Aliás, nem deveria ser nenhuma estrutura do ministério do interior. A gravidade das denuncias deveria mobilizar os serviços de informação SINSE, Serviços de inteligência e segurança Militar SISM e a PGR”, sugeriu o também jornalista e acadêmico, na sua pagina do facebook, na manha desta sexta-feira (6), em Luanda.


Para Ismael Mateus, “não é possível êxito no combate à corrupção e luta contra as drogas se as denuncias públicas não forem devidamente valorizadas. E sobretudo as denuncias que envolvem agentes e oficiais da PN, procuradores e juízes dos diversos tribunais não têm sido tratadas com a importância que mereciam”.


Comparando ao que se faz em outros países, Ismael Mateus lembra que “Em Portugal, onde vamos sempre copiar as leis e encontramos os e explosão sempre à mão, discute-se a ética republicana. Em 9 meses o governo erro já perdeu 12 membros”. Ressaltou por outro lado, que “aqui no nosso país rebentou a bomba sobre o SIC e não vemos nenhuma ética a republicana. Tudo silencioso ou quase silencioso porque o comunicado do SIC é pior a emenda do que o soneto. O nosso processo de aprendizagem é copy past é muito selectivo. Só aprendemos o que não devemos”.


O escândalo em causa, detonou a semana passada nas redes sociais quando um jovem de nome Gerson Quintas “Man Genas”, recorreu a embaixada da Inglaterra em Luanda, para pedir proteção alegando que estaria a ser ameaçado pelos homens do director do SIC-Luanda Fernando Receado que já haviam invadido a sua casa para atentar contra a sua vida. Fernando Receado na sua qualidade de patrão do SIC, em Luanda, foi citado como estando comprometido com as redes de venda de droga, e a baixar ordens de mortes.



Em comunicado distribuído nesta quinta-feira, 5, o Serviço de Investigação Criminal, admitiu que “tomou conhecimento com bastante preocupação de inúmeras informações postas a circular nas redes sociais (grupos de whatsaap), sobre uma suposta "Rede de Drogas em Angola já identificada", em que estão referenciados efectivos e Altos responsáveis deste órgão”, sem no entanto mencionar o nome de ninguém.


Sobre o assunto, mas sem mencionar o nome de Fernando Receado, o SIC adianta que despoletou de imediato, o competente processo investigativo, para apuramento da veracidade das informações e tomar as medidas que se impõem.

 

O SIC reafirma que “ está fortemente empenhado no combate ao tráfico de droga em toda extensão do território nacional, e que têm produzido resultados operativos satisfatórios, que culminaram com a apreensão de avultadas quantidades de drogas, principalmente do tipo Cocaína, no Porto e Aeroporto Internacional de Luanda, com proveniência do exterior do país, que tendem a utilizar o nosso país como ponto de trânsito, assim como a detenção de vários Intermediários (mulas), seus mandantes e demais implicados na cadeia de tráfico”.