Luanda - O departamento de estudos económicos do Banco Fomento Angola reviu a previsão de crescimento para Angola este ano para entre 1 e 1,5%, abaixo dos 2 a 3% que estimava há menos de um mês.

Fonte: Lusa

"Em 2023, prevemos que o PIB cresça de modo mais lento, sobretudo devido à contribuição do PIB petrolífero, que voltará a ser bastante negativa", escrevem os economistas num comentário ao crescimento do terceiro trimestre, no qual a economia angolana se expandiu 3,9% face ao período homólogo de 2021.

"De modo mais importante para as condições de vida dos angolanos, o PIB não petrolífero deverá voltar a crescer", salientam, apontando que, "com a contração que se antecipa ao nível do PIB petrolífero, o nível geral de atividade económica deverá crescer entre 1,0 e 1,5%, voltando a acelerar para um ritmo médio a rondar os 3 a 5% no período entre 2024-2027".

A revisão em baixa da previsão de crescimento para este ano surge poucos dias depois de o Banco Mundial ter revisto em baixa a estimativa de expansão económica de Angola este ano.

O Banco Mundial prevê agora 2,8% este ano, menos 0,5 pontos do que estimava no relatório de junho, de acordo com as Previsões Económicas Globais, divulgadas em Washington na semana passada.

Angola deverá ter crescido 3,1% em 2022, recuperando face aos 0,7% de 2021 e acelerando depois de cinco anos de recessão, mas verá o seu crescimento abrandar este ano, disse então o Banco Mundial.

"A economia como um todo está a acelerar, mas com tendências diferentes no setor petrolífero e não petrolífero", diz o BFA, prevendo que "a economia petrolífera, que cresceu pela terceira vez desde 2016, deve desacelerar o seu crescimento no quarto trimestre de 2022", acrescenta-se na nota dos economistas.

Para o último trimestre, o BFA estima que a economia de Angola tenha crescido entre 3,8% e 4,3%, "suportado pelo crescimento entre os 2,3% e 2,7% da economia petrolífera e uma expansão entre os 4,4% e os 4,9% da economia não petrolífera".