Washington D.C — As súplicas ardentes para o Presidente da República intervir na luta contra o problema do tráfico de estupefacientes nos remete para o tempo de início da mafialização das nossas estruturas estatais, partidária, económicas e judiciais.

Fonte: Angola-Transparency.blog

Em conjunto com a sua congénere local e fazendo uso da proliferação da corrupção, o crime organizado transnacional infiltrou-se no seio do partido governante e impôs a sua autoridade político-económica.

 

O casamento de conveniência entre a máfia internacional operante no país, essencialmente, com membros da elite do partido reinante, comprometeu assim a integridade moral,a dignidade, a lealdade e a ética partidária.

 

Aliás, a obtenção de cidadania de países da Europa Ocidental,Brazil, Estados Unidos, Canadá,principalmente, por familiares e afiliados da classe dominante do partido só veio expor ainda mais os seus respectivos receios quanto à estabilidade política, a protecção dos direitos humanos e a boa governação nacional.

 

Essas dúvidas acabaram por encorajar e empoderar o sindicato de crime organizado para a disputa pelo poder político e pela busca do poder com o governo de facto. Desbaratou também a influência política e social do MPLA no seio dos seus militantes e simpatizantes.

 

Contudo, o poder criminal instalado em estruturas privadas e públicas advém, em grande parte, das contratações simplificadas firmadas com atuais e antigos parceiros poderosos do partido reinante; e por a associação criminosa também se ter tornado guardiã do dinheiro ilícito dos seus sócios, quer dentro do país ou paraísos fiscais.

 

A máfia utiliza o narcotráfico na nossa sociedade não só como método “da cenoura presa na vara”, mas também como sinalização prescrita da existência de poder dual territorial.

 

Se nos anos 80 a droga era um mistério aliciante às orgias sexuais em grupos restritos nas instalações da Rádio Nacional de Angola, TPA e Sonangol, Banco Nacional de Angola,etc, hoje o crime organizado já mostra as suas garras afiadas contra o poder institucional, e parece também estar pronto a lutar para a expansão do comércio ilícito de estupefaciente e substâncias psicotrópicas a todo o custo.

 

Prof. N’gola Kiluange (Serafim de Oliveira)

Washington D.C

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