Luanda - Repentinamente, ou nem tanto, uns de nós, nos tornamos implacáveis talibaes de uma decadente república na qual os supremos valores humanos tombam fulminados com colares de pneus e gasolina em cada esquina.

Fonte: Club-k.net

Invariavelmente, nos manifestamos nas redes sociais como puritanos de gema e hipersensíveis a tudo que nos pareça atentar contra princípios de unidade nacional, que são completamente estranhos a nossa prática do dia a dia.


Agimos como toscas fotocópias chinesas de guardiões templários do suposto santo graal de caris pretensamente comunista e afins, ululamos como lobos, de chicote na mão para ver jorrar sangue e meter na linha os "hereges" da nossa bandalha colectiva.


Imprudentes vamos gritando, coitados de nós, que nem para escudeiros de D. Quixote serviriamos, aqueles pelo menos eternizaram sonhos de justiça entre os homens. Agora, os moinhos de vento somos nós , girando sob o vento agreste da incerteza, contra nós próprios.


A matula acordou em histeria e lá vai o pau contra o costado de C4Pedro. Gente triste de nascença e sem o mínimo de humor. Pura hipocrisia!


Vagamos num universo que, absolutamente desconhecemos, por completa e fatal ausência de vontade própria, apenas sedentos de vingança por virgens há muito descabaçadas, Tudo para o juízo final, no campo da revolução.


A nos, os oriundos supostamente do sul do rio Kwanza, sempre nos classificaram como sulanos. Isso até melhorou um pouco, porque antes éramos todos chamados de bailundos. E, nós também não chamávamos os outros de Camundongos, os de Luanda e zairense ou langas os nossos irmãos do Uige e Zaire? Quem não se lembra do maldizente "malanginho não paga a renda?". Será que no caso não ofendemos os nossos irmãos da província da palanca negra gigante? E onde andam os mbumbus, os pulas e os mulatos, outrora irmanados?


Seguimos firmes em irreversível processo de degeneração. Conseguimos facilmente transformar tardes calmas em tempestades apocalipticas, apenas por mera "lana caprina".


Desgraçadamente, somos agora especialistas em auto-martírio, sem justificativa que valha.
Quem conhece mínimos do humor negro sabe que, se usa em circunstâncias próprias num determinado programa de media e do espetáculo e, quando usado com mestria, ele faz parte do jogo. Sinceramente, não creio que o C4Pedro tenha tido o chamado " ânimos ofendendi"" ou o "ânimos iniuriandi" contra uma faixa dos seus próprios compatriotas. Vejo sim, pessoas com interesses escondidos e com o intuito de derrubar a carreira de um dos melhores músicos da nossa praça.