Luanda - Angola em particular e a África em geral aguardam pacientes pela reparação de danos coloniais e neocoloniais provocados aos seus povos. Mas, o que Angola e a África reclamam já é o respeito por sua soberania nacional que não se vende e nem se compra por não ter preço.

Fonte: Club-k.net

ANGOLA – A CRISE DE LEGITIMIDADE XVI

Sergey Viktorovich Lavrov veio Angola para lembrar ao MPLA que foi a União Soviética quem, durante a Guerra Fria, anulou o ocidente, anulou o nascimento do primeiro Estado Democrático de Direito em África, acordado em Alvor a 15 de Janeiro de 1975, e implantar a doutrina socialista de soberania das elites políticas eleitas pelo Partido Comunista Português – ler “Carta de António Alva Rosa Coutinho ao camarada António Agostinho Neto” in “Angola a resistência em busca de uma nova nação”, 2ª edição, pag. 233.


Lavrov veio impor a soberania da Rússia sobre direitos políticos, económicos, sociais e culturais conquistados em Angola durante a Guerra Fria. Direitos firmados com os “camaradas” do MPLA e desconhecidos por todos angolanos mesmo depois da extinção da República Popular de Angola.


O governante da Federação Russa, na sua visita à Angola, não se esqueceu de citar a UNITA, Partido Político Angolano que inviabilizou a estratégia, da antiga URSS, de expancionismo do comunismo na África Autral. Facto selado com aplicação da Resolução 435 das Nações Unidas que ditou a retirada dos cubanos de Angola, a independência da Nabia que hoje dá lições de governabilidade aos dirigentes do MPLA.

 

Senhor Lavrov, em Angola onde estava a continuação da vossa luta, agora há um povo que luta pela democracia representantiva e participativa. Um povo que exige o respeito por sua soberania nacional num quadro de reciprocidade não inclinada de vantagens pela supremacia do poder nuclear que apenas projecta vergar a vontade de Estados internacionalmente consagrados pela lei da força.

 

- OBRIGADO -