Luanda - Meu caro, meu velho, meu amigo Gilberto, dos tempos do “tempo em que falar de comida era brincadeira (sic)!, parafraseando uma das mais aclamadas músicas de Teta Lágrimas. Concordo em Gênero, Número e Grau, em toda linha, com os argumentos aduzidos por ti nesta saborosa e suculenta prosa matinal.

Fonte: Club-k.net

Daí a ter “fanado” do teu Facebook (não xinguiles, não xinguiles, Gilberto; é o batuque tradicional) e tomado a liberdade de partilha-la nesta tribuna.


Continuando. Dizia que concordo em Gênero, Número e Grau com o que dizes. Quero apenas acrescentar, na tua predica, que o que João Lourenço faz é nada mais nada menos que uma desabrida afronta ao Povo angolano.


João Lourenço não tem o mínimo de respeito pelo cidadão-eleitor. Ele transformou-se clara e inequivocamente no principal promotor da corrupção política e económica de Angola.


Quando em 2017 foi “nomeado” para render José Eduardo dos Santos escrevi - nas páginas da prestigiada revista angolana “Figuras&Negocios”, do jornalista Victor Aleixo - o seguinte: “(…) Ou João Lourenço acaba com a corrupção ou a corrupção acaba com João Lourenço (…)”.


O tempo está a mostrar que a corrupção está a acabar com João Lourenço. E parece que lhe falta capacidade política e, acima de tudo, cognitiva para se dar conta disso. Sem falar da sua clara e apoucada inteligência.


João Lourenço é cinico, insensível e, suponho, inassessoravel, pois ninguém compreende os actos desastrados da sua governação.


João Lourenço é políticamente mal formado e dono de um nanismo intelectual confrangedor.


João Lourenço “está nem aí” para o que o Povo pensa e muito menos receia os resultados que podem advir da sua fria indiferença e comprovada incompetência. Assim procede por ter a certeza da impunidade…eleitoral.


João Lourenço está a revelar-se anti-povo e a sentir-se dono absolutamente absoluto de Angola. Assim age por saber que as instituições não funcionam como era suposto, possível e desejável.


José Eduardo dos Santos deve estar, por estes dias, às voltas na sua tumba por, quanto a mim, ter cometido o pior erro da sua vida política: O de ter escolhido João Lourenço para lhe suceder.


O povo, este, torce o nariz quando se invoca o nome de João Lourenço.


É que este mesmo povo “heróico é generoso” nunca viu, de 1975 à data presente, tanta incompetência e arrogância política juntas como nos dias de hoje.


João Lourenço vai deixar, em 2027, um País a beira do abismo. E ainda há quem tente ensaiar uma campanha que advogue um terceiro mandato para o actual PR.


Um chefe de Estado não pode ser insensível e arrogantemente arrogante como o é João Lourenço. Tenho para mim que a arrogância de João Lourenço é nada mais nada menos que o escudo que tem como escopo ocultar a sua inaptidão política e governativa.


Tomo a liberdade de elencar aqui alguns factos que demonstram claramente que João Lourenço, no alto da sua arrogância, está apostado em destruir o que (já) estava mais ou menos bem, no País, antes dele ter sido alçado para o cargo de Servidor Público “Número Um” (não há cá Pai da Nação nenhum, como defendem alguns “jovens turcos”):

1) Defendeu denodadamente Manuel Domingos Vicente, mandou arquivar o seu processo judicial e facilitou a sua “fuga” para os Emirados Árabes Unidos para escapar à Justiça portuguesa e angolana;


2) Mantem teimosamente Edeltrudes Costa como director do seu gabinete, mesmo depois de denúncias públicas de corrupção política activa;


3) Mantém, por conveniência política, o presidente do CNE mesmo depois de se ter denunciado o seu envolvimento em esquemas espúrios e não reunir os requisitos para se manter à frente da CNE;


4) Corrompe, impunemente l, magistrados judiciais e do Ministério Público, atribuindo prebendas como viaturas e imóveis confiscados no âmbito do putativo combate à corrupção;


5) Subscreve literal e impunemente os actos de nepotismo, corrupção, abuso de poder e a inaptidão do presidente (?) do Tribunal Supremo;


6) Apoia, incondicionalmente, a “farra corrupta” que acontece nas Missões Diplomáticas angolanas espalhadas pelo País;


7) Promove, abusivamente, para o cargo de director-geral Adjunto do SIC um alegado membro do “sindicato” do Crime Organizado;

O seu consentimento tácito para a destruição da TAAG (facto que tem dilacerado o coração da maior parte dos angolanos) e a vandalização dos aviões;

Há, convenhamos, uma panóplia de exemplos que poderia continuar aqui elencar, mas de que adiantaria? Resta-nos o desconsolo de continuar a “carregar” até 2027 a nossa “Cruz”, que se chama João Lourenço.

JORGE EURICO