Lisboa - O Presidente do Tribunal Supremo de Angola Joel Leonardo, mostrou-se interessado em ficar com uma casa de praia pertencente ao antigo ministro Manuel Rabelais, localizada na península do Mussulo.

Fonte: Club-k.net

A casa foi entregue voluntariamente por Manuel Rabelais ao Serviço Nacional de Recuperação de Activos (SNRA) da PGR no momento em que estava a ser interpelado pela justiça.


Joel Leonardo que até então era dos poucos dirigentes do regime que não tinha ainda casa no Mussulo, decidiu ficar com o imóvel recorrendo ao Decreto Presidencial nº 69/21 que orienta os órgãos da administração da Justiça, nomeadamente a Procuradoria-Geral da República (PGR) e os tribunais, a ficarem com 10 por cento do valor líquido de cada activo financeiro e não financeiro recuperado a favor do Estado, no âmbito do combate a corrupção.


Fontes do Club-K alertam que este decreto presidencial está a ser propositadamente mal interpretado pelo juíz Joel Leonardo, uma vez que o documento não diz que os bens aprendidos devem ficar para o uso pessoal dos magistrados, mas sim para o patrimônio dos órgãos da administração da justiça.

 

Desde que João Lourenço assinou o referido decreto, o Presidente do Supremo tem de dedicado na repartição dos bens confiscados a vários ex- dirigentes. Em Junho de 2021, levou a esposa para visitar uma mansão no Talatona que a PGR havia confiscado ao antigo diretor do INEA Joaquim Sebastião. A residência em causa, está localizada na Rua CRS20 e foi arrestada pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos (SNRA) da PGR que por sua vez tem como fiel depositário o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE).

 
Um outro Juiz do Tribunal Supremo, Daniel Modesto Geraldes (primo de Joel Leonardo), apoderou-se de uma outra casa no condómino Vila Mar, também pertencente a Joaquim Sebastião. Para além, desta casa o Juiz Modesto Geraldes conta com uma casa no condomínio “Jardim de Rosas”, no Benfica e outra no “Boavida”.

Ainda no Talatona, um outro Juiz de comarca Isidro Gourgel, que trabalha no gabinete do Presidente do Tribunal Supremo, apoderou-se em finais de 2021 de uma casa pertencente igualmente a   Joaquim Sebastião, no condomínio Vila Mar. A casa encontrava-se lacrada e sob guarda do Cofre Nacional de Justiça (CNJ).

 

Com o julgamento de Manuel Rabelais, o líder do supremo virou-se para a casa do Mussulo deste antigo governante. O imóvel era habitado por uma antiga companheira de Rabelais com quem tem filhos. De acordo com investigações, depois de desalojada a ex-companheira de Rabelais ficou sem casa própria para onde morar com as suas crianças. Há relatos de que seguranças que alegam ter mandato do Presidente do Tribunal Supremo, estão a vender o recheio da casa ao desbarato.