Lisboa – O general angolano Francisco Higino Lopes Carneiro, anunciou em círculos restritos da família a pretensão de se apresentar no próximo congresso ordinário do MPLA, como candidato a liderança do partido, e consequentemente se tornar no cabeça de lista as eleições gerais de 2027.

Fonte: Club-k.net

"DIZ QUE O SEU PAI PROFETIZOU QUE ELE SERIA GENERAL E PRESIDENTE"

Higino Carneiro tem já a disposição um itinerário de pré-campanha a longo prazo iniciado discretamente desde 2020, na qual inclui a sua projeção como um “soldado da pátria” que lutou pela integridade do território e mais tarde para a efectivação da paz em Angola. Apresentou-se primeiro com um livro de memórias intitulado “soldado da pátria” e fez sair há poucas semanas um segundo livro sobre as “Grandes Batalhas e Operações Militares Decisivas em Angola”.

 

Segundo apurou o Club-K, a iniciativa de vir a concorrer as próximas eleições, é justificada pelo mesmo como uma profecia do seu pai Luís Lopes Carneiro, que a quando a visita a Angola do antigo Presidente de Portugal general Francisco Higino Lopes Carneiro, em 1954, dizia que o filho seria também general e presidente. O pai deu-lhe inclusive o nome deste general que foi Presidente de Portugal entre 1951 a 1958. Na pagina 13, do seu livro de Memórias, o general Higino Carneiro faz menção desta profecia do seu pai, que procura agora embrionar. Já concretizou a primeira profecia (de ser general), falta-lhe agora ser Presidente de Angola.


Em dois distintos momentos da vida sentiu que a profecia de seu pai estava a ser desvirtuada. A primeira vez aconteceu em 2016, quando o então Presidente José Eduardo dos Santos chamou-o para fazer parte de uma reunião restrita em que se comunicou que o próximo candidato presidencial seria o “camarada João Lourenço”. Higino Carneiro é dado como tendo se insurgido contra a indicação do nome de JL. O sentimento de oposição ao nome do actual PR, foi baseado na convicção de que o seu nome também constava na lista dos potenciais sucessores a liderança do MPLA. JES chegou a considerar-lhe como candidato a Vice-PR.


A segunda vez que sentiu a profecia do seu pai ameaçada foo precisamente no ano de 2019, quando foram levantadas contra si acusações de práticas resultando na abertura de processos judiciais. Se fosse julgado e condenado, teria o seu registro criminal comprometido. De acordo com apurações, o general Higino Carneiro, viu-se obrigado a negociar com a direcção do poder. Ofereceu os seus préstimos de mediação entre JES e JL viajando a Barcelona para convencer o antigo Presidente a regressar a Angola. Em troca, foram baixadas ordens superiores ao Tribunal Supremo para “despronunciar” o seu processo em nome de “supremos interesses da pátria”, conforme justificou aos seus pares, o juiz Joel Leonardo, no dia em que abordou os seus colegas juízes conselheiros.

 

Por imperativos constitucionais, o Presidente João Lourenço já não poderá concorrer a presidência da República por limite de mandatos, mas nada está garantido sobre a liderança do partido. O referido impedimento constitucionais tem alimentado sentimentos internos de elementos que acreditam ser o momento para promover a democratização do MPLA com um congresso com múltiplas candidaturas. Para além de Higino Carneiro, há rumores de que de que Álvaro de Boavida Neto, seja um dos dirigentes que se sente atentado a vir disputar no congresso de 2026. É-lhe atribuído aplausos da ala juvenil do partido, que apreciam a sua frontal e abertura de dialogo.