Luanda - O general Higino Francisco Lopes Carneiro é o senhor que no dia 7 de Fevereiro, um dia depois do devastador terramoto na Turquia e Síria, esteve no Programa “Café da Manhã da Rádio LAC”, com atitudes do tempo da outra senhora onde uns oprimiam e os outros eram os oprimidos.

Fonte: Club-k.net

ANGOLA – A CRISE DE LEGITIMIDADE LACRADA

É mesmo esse tipo de atitude que no passado levou os angolanos para resistência com o fim de buscar a independência de Angola. É mesmo esse tipo de arrogância, com a mesma lógica do passado, de alguém determinar o que tem de ser feito, como ficou dito nesse dia na LAC: “É hora dos dirigentes da UNITA abandonarem as ideias que tinham de Muangay e da Jamba. O momento é outro se queremos participar do jogo democrático, temos de ser coerentes com os nossos princípios”.

É muita soberba e petulância. É inacreditável que este pronúnciamento parta de alguém com sanidade mental dentro de padrões humanamente aceitáveis em um Estado Democrático de Direito, quando se sabe que não foi o Projecto de Muangay quem fez de Angola um dos países mais violentos de África, dos mais corruptos do mundo, dos que exibem piores indicadores de desenvolvimento humano, dos que mais violam a sua Constituição, daí em diante sempre exibindo indicadores políticos, económicos, sociais e culturais que envergonham todos os angolanos.

O senhor general, tentou impingir à UNITA a ideia de querer dividir o País durante a guerra com ajuda dos sul africanos, quando os objectivos dessa luta contra cubanos e russos, naquela altura, estão bem demonstrados nos Acordos de Bicesse. Por isso, é miopia institucional induzida pelo MPLA, pelos seus dirigentes e quadros na manipulação da verdade para produzir tantas inverdades. É mentira grosseira de quem intencionalmente tenta encobrir a razão daqueles que queriam transformar Angola em trincheira firme do expansionismo dos ideais internacionalistas da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS na África Austral.

Arvorar-se em conhecer melhor a UNITA do que os seus dirigentes e arrogar-se a determinar que Kamalata Numa não era a pessoa indicada na UNITA para falar sobre a Batalha do Kuito Kuanavale por que à altura dos factos era uma “marionete” dos sul africanos é no mínimo razão de alarme de quem nunca vai perceber os sinais dos tempos. Por favor, Higino, cresça e apareça. Em Angola a mentira que tem alimentado a vossa existência já não faz caminho.

Não percebendo estes sinais do tempo e inebriado por um poder que já não tem, o senhor não está arrependido dos crimes cometidos, daí estar a revelar pequenas verdades sobre a criação da UNITA Renovada como obra do MPLA e do seu governo com a finalidade de dividir, isolar e enfraquecer o Partido de Jonas Malheiro Savimbi. Mas, sem mencionar o subjacente plano de assassinato do Dr. Savimbi que veio a efectivar-se em 2002. Também, nessas meias verdades não expôs os nomes de todos assalariados recrutados e em efectividade no projecto de implosão da UNITA ainda hoje. Por que, para o MPLA e o seu governo, Muangay e a Constituição da República de Angola como Estado Democrático de Direito só atrapalham o projecto da República Popular de Angola e do Partido Único pelo qual ainda lutam.

Um Partido Único que com esta entrevista lacrada volta a sinalizar o momento de partida para mais uma campanha que visa anular a Constituição da República, a soberania popular, as eleições autárquicas, a luta contra a corrupção, a Frente Patriótica Unida – FPU, a UNITA e Adalberto Costa Júnior para em 2027 gerar outro governo sem legitimidade e legalidade para o exercício do poder político. Desta vez não vai ser assim, seja você João Lourenço ou Higino Carneiro, vão bater na rocha representada pela união de todos os angolanos.

Muito embora, e de forma cínica, o general Higino Carneiro, tenha evocado as razões do assassinato de Geremias Chitunda, Mango, Salupeto, Chimbili, Kimba, Nganga, Inocêncio pela razão de terem desobedecido às regras do MPLA e do seu governo, afirmação criminosa que lhe vai perseguir pelo resto da sua vida, em 2027 o soberano povo de Angola estará à altura para defender a legitimidade mediante processo eleitoral livre e democraticamente exercido, nos termos da Constituição e da lei. Porque, Angola desde 1991 que é Estado de ordem democrática de direito e não de ordem da baioneta como foi em 2022 com o posicionamento das FAA e material bélico nas ruas de Luanda, palco da derrota do MPLA, para intimidar os eleitores e executar o Golpe de Estado.

Também, para confirmar a mentira de Angola ser um Estado Democrático de Direito, o general diz ter sido ilibado dos crimes de peculato, nepotismo, tráfico de influências, associação criminosa e branquamento de capitais pelo despacho de despronúncia que o livrou do julgamento no momento que ao Senhor general já não restava instância alguma de recurso, senão depois da fase do julgamento. Tudo isso, feito por Órgãos de Justiça que agem a margem da lei, num pais onde alguns oficiais dos Órgãos de Defesa e Segurança vêm transformando Angola num narco-Estado.

Isso tem sido possível porque em Angola não houve descolonização. Os amigos em Portugal apenas passaram o poder aos amigos angolanos para darem continuidade ao que vinham fazendo, facto testemunhado pelo senhor António Alva Rosa Coutinho na sua carta ao camarada Agostinho Neto, presente no livro “Angola a resistência em busca de uma nova nação” pag. 233. Por isso, o general Francisco Higino Lopes Carneiro é apenas o continuador do General Francisco Higino Craveiro Lopes.

O segundo General foi entre 1951 e 1958 o 12º Presidente da República Portuguesa que visitou São Tomé e Príncipe e Angola entre 21 de Maio e 2 de Julho de 1954. Visitou o Lobito a 19 de Junho de 1954. O primeiro general nasceu no Libolo a 8 de Julho de 1955. Seu pai deu-lhe o nome do segundo General, em memória da sua visita à Angola, segundo os contos feitos na primeira pessoa pelo primeiro general. O que fica em dúvida é se o nascimento do primeiro general coincidiu com a visita do segundo general à Angola, havendo desencontros nas datas de visita Angola e nascimento, remeto a confirmação para os investigadores.

O colonialista Francisco Higino Craveiro Lopes lutou contra o nacionalismo angolano em nome de Portugal pluricontinental. O general Francisco Higino Lopes Carneiro não se sabe ao certo se foi militar de primeira hora das ex-FAPLA ou se antes disso foi das ex-FALA ou ex-ELNA.

Mas, o senhor Higino diz ter sido quem determinou a prisão do nacionalista e guerrilheiro da 1ª Região do MPLA Nito Alves na sequência dos acontecimentos do 27 de Maio que vitimaram mais de 80 mil angolanos e de entre estes a nata de intelectuais formados durante a última fase do colonialismo português.

Como militar, o general Francisco Higino Lopes Carneiro não se conhece dele feitos de grande comandante tão pouco se conhece estar a altura dos Grandes Generais das ex-FAPLA como João de Matos, Vietnam, Faceira, Ngutu, Farrusco, Sakayoya, Eusébio de Brito, Valeriano, Sá Miranda, Pepe de Castro, Mártires Correia Mbanza, Jack Raúl, Seteko, Sousa e outros. Como político seguiu a marca de incompetência de muitos outros governantes de Angola pós-independência, deixando pelo caminho o rasto de obras descartáveis em todo o País, a pobreza de milhões de angolanos e com parte significativa a viver na indigência, a legalização da corrupção em benefício de uma minoria de ditadores que colocaram Angola a deriva e sem rumo.

Finalmente, vamos fazer um joguinho com o fim de se percerber com que notas (muito bom, bom, suficiente, mediocre, mau, muito mau) os angolanos vão julgar o governo do MPLA depois de 47 anos de independência, em vez de se colocarem em pés de bico para dar lições a UNITA.

Cada um faça a sua parte e partilhe os resultados indivíduais.

1 - N° Or.

2 - FUNÇÃO GOVERNATIVA DO MPLA

3 - NOTA

Competência Governativa dos Órgãos de Soberania;

Competência Governativa na Saude;

Competência Governativa na Educação;

Competência Governativa na Gestão Financeira;

Competência Governativa na Gestão da Economia;

Competência Governativa no bem estar do Povo;

Competência Governativa das FAA;

Competência Governativa da Polícia;

Competência Governativa nos Órgão de Segurança;

Competência Governativa nos Recursos Humanos;

Competência Governativa de Política Externa;

Competência Governativa do Meio Ambiente;

Competência Governativa dos Recursos Marinhos;

Competência Governativa dos Direitos Humanos.

Somos todos angolanos! Todos juntos, devemos negar e inverter esta cultura política, económica, social e cultural assente na violência e ódio inspirada por alguns mimados que se jugam donos e senhores de tudo e de todos. Todos juntos, devemos lutar pelo aprofundamento e consolidação do republicanismo, da democracia com soberania popular como fonte originária de todo poder, o império da lei que não permite mais ninguém acima dele e um Estado com justiça social que protege os pobres.

Vamos diálogar para o bem de Angola.

- Muito Obrigado -