Luanda - As previsões apontam para que o Banco de Poupança e Crédito (BPC) reporte resultados negativos relativos ao exercício de 2022, o que analistas consultados atribuem à pesada herança da gestão da instituição financeira nos anos anteriores a 2019, com particular destaque para a gestão de Paixão Júnior.
Fonte: Club-k.net
Conflitos de interesse e de créditos concedidos sem garantias asseguradas
O BPC foi liderado por Paixão Júnior entre 1999 e 2016, período em que o Banco passou a ser conhecido como uma fonte de financiamento a fundo perdido para diversas figuras do regime.
Um artigo publicado pelo Jornal de Angola em Outubro de 2020 dava nota que o Tribunal de Contas detectou irregularidades graves na gestão de Paixão Júnior, com maior incidência no período entre 2010 e 2016.
De acordo com o relatório de auditoria do Tribunal de Contas ao BPC, entre os actos de gestão danosa encontram-se investimentos em imóveis sobrevalorizados, para além de prejuízos na conversão em moeda nacional de contratos celebrados em moeda estrangeira, cuja taxa de câmbio se revelou desfavorável ao BPC num período de maior pressão cambial, além de diversos casos conflitos de interesse e de créditos concedidos sem as devidas garantias asseguradas.
A execução do Plano de Recuperação e Reestruturação (PRR), adoptado em 2019, pela gestão de André Lopes, voltou a figurar entre as prioridades da gestão do banco quando, em Outubro do ano passado, um novo Conselho de Administração, liderado pelo economista Cláudio Pinheiro, chegou à liderança do BPC, mas, os resultados mantêm-se impactados pelo reconhecimento faseado imparidades, uma medida aprovada pelo BNA no quadro de um programa de Resolução das Insuficiências identificadas na Avaliação da Qualidade dos Activos (AQA) ordenado pelo Banco Nacional de Angola (BNA), em 2019.
Fontes do banco indicam que para além do AQA, “os resultados negativos incorporam também o impacto da pandemia da COVID-19 e o ataque cibernético que o BPC sofreu em 2021.”
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