Luanda - O Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentou o seu relatório sobre as perspectivas económicas regionais da África Subsariana. O representante do FMI em Luanda, Marcos Rietti Souto, mostra-se optimista quanto às projecções económicas em Angola.


Fonte: RFI

"Para 2023, o FMI espera um crescimento de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais", esperando que o crescimento do PIB angolano continue nos próximos anos "até chegar a 4% a médio prazo", afirma o representante do FMI em Luanda, Marcos Rietti Souto.



Um crescimento que resulta de sectores não petrolíferos, "que responde com 4,3% de crescimento ao longo do ano". "A inflação abrandou de 21,4% em 2022 para que se chegue a 11,7 % este ano [2023], esperando que caia para apenas um dígito em 2025", aponta.

A recuperação da economia angolana deve-se "ao aumento de preços de petróleo, à melhoria na produção de petróleo e à apostar em actividades não petrolífera".


Um dos grandes desafios da economia angolana é atingir uma diversificação económica que "permita que se tenha uma menor dependência das actividades petrolíferas. É algo que tem vindo a acontecer, como podemos observar no crescimento do sector não petrolífero.

Outro grande desafio é a economia informal, que segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas representa acerca de 80% da mão-de-obra em Angola", descreve o representante do FMI em Luanda. O investimento de Angola no capital humano e social, na educação e saúde, por exemplo, continua a ser insuficiente, aponta o relatório do FMI.

"Nós acreditamos que é muito importante que haja uma maior atenção para o sector da educação, para o sector da saúde e social no sentido de diminuir a desigualdade na sociedade angolana. Não existe uma fórmula mágica. É preciso investir mais nestes sectores e atrair investimento ou auxílio estrangeiro", defende. Uma das prioridades para as económicas regionais da África Subsariana é a insegurança alimentar.

Existem 123 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar aguda, em toda a região. "É importante que o governo faça a sua parte, no sentido de ir buscar mais recursos, para atender às necessidades sociais do país", acredita o representante do FMI em Angola.