Luanda - Na última entrevista do presidente da república João Manuel Gonçalves Lourenço concedida na RFI datado no dia 02 de Março do ano em curso, enganou a opinião pública internacional ao defender que existe um bom clima democrático e que os protestos são encarados a luz dos padrões constitucionais e que todos os sábados há manifestação. O mesmo teve a primazia de fazer distinção entre dois tipos de manifestações uma orientada e outra desorientada. Quem está diante destes esses argumentos pode ser facilmente influenciado ainda mais quando os meios de comunicação nacional vive ao reboque do partido-estado e destina-se exclusivamente para a produção de conteúdos que fortifiquem a manutenção do poder.

Fonte: Club-k.net

É necessário percebermos a evolução dos conceitos no nosso pais para melhor entendermos como o regime tipifica as coisas e como ele age em função; De um lado temos as manifestações de enaltecimento e apoio a figura do camarada João Lourenço e das suas ilusórias reformas. São marchas e manifestações de interesse, pela qual um pequeno grupo que almeja o poder por via da bajulação, difamação, nepotismo usam as ruas como forma de demonstrar apreço a figura do presidente da república sendo que muitos deles estão inseridos nas estruturas do partido na situação, a estes têm o beneplácito dos serviços de inteligência de Angola (SINSE), do Serviço de Investigação Criminal (SIC), da Policia Nacional de Angola (PNA) estando alinhado no programa de distração e apoio a política produzida pela estrutura máxima do partido-estado. Existe uma outra faceta que o regime não está interessado em perceber considerando um iminente perigo aos anseios da ditadura, estas são as manifestações de carácter contestatários, reformistas e que traduzem as exigências de um estado que quer se fazer democrático; estas o camarada presidente da república João Manuel Lourenço na qualidade de chefe de todas as forças de segurança do estado às proibiu. Não parou por aí, o regime angolano apelidou de arruaceiros, vândalos, bandidos a todos que ousam em usar as ruas como via de discussão e pressão sobre a situação polítco-económico do país.

 

O estado angolano promove o controle cerrado e de vigia a todos que se encontram nesta situação, criou as milícias digitais para a intimidação e usa a SIC como empresa de produção de mandatos, de prisões anárquicas a serventia do controle totalitário. Estão proibidas estes tipos de protestos a nível do país, não é permitido e é usado a persona ordens superiores para justificar a força repressiva. Angola é um país onde não se respeita os direitos fundamentais, a constituição é pouco usado dando lugar a arbitrariedade. A repressão é tão desproporcional que quase sempre a Polícia Nacional usa balas reais para dispersar manifestantes tendo até hoje registo de mortes e feridos sem a devida responsabilização dos implicados em nome da promoção da impunidade acabando ser um incentivo a violação das leis.

A máxima “Xé menino não fala política” ainda é uma realidade e se manter intocável em Angola significa evitar participar na vida pública, e aplaudir a arrogância do presidente da república.