Luanda - O Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) considera assustador o menosprezo do Ensino Superior em Angola por parte do Governo, colocando os professores em situação desumana com salários de miséria e péssimas condições de trabalho, o que para a organização defensora dos interesses de estudantes, periga a qualidade de ensino público no país.

Fonte: Club-K.net

Num comunicado enviado ao Club-k, do secretário nacional do ensino superior, o MEA defende o regresso das aulas suspensas há um mês, devido a greve dos professores do Ensino Superior e lembra ao Estado Angolano que, “o professor não é animal e, é obrigação das autoridades zelar pela educação dos seus cidadãos.

 

No documento, o Movimento de Estudantes Angolanos, organização liderada por Francisco Teixeira, afirma ter planeado todo o ano lectivo projectos acadêmicos para os estudantes do ensino superior, que não poderão ser realizados, por causa da paralisação “por motivos extremamente graves num Estado que se diz de direito e democrático”.

 

O MEA entende que “está greve, está a afectar estudantes num momento em que o curso de química na Universidade Agostinho Neto, conta somente com um professor, porém, o mais importante no momento é a resolução deste problema desde que haja vontade política”.

 

“Em tempos de uma sociedade tão caótica, será necessário lembrar que é o estado quem exerce esse papel de garantir saúde, educação e habitação ao povo, e isso só é possível com a profissão do professor, o governo tem a responsabilidade de zelar pela saúde, integridade física, emocional e intelectual dos seus cidadãos”, lê-se.

 

Para o Movimento de Estudantes Angolanos (MEA), os estudantes vão à escola, não pelo facto de que os professores precisam trabalhar, mas porque a educação é um direito.

 

“Sabemos que corremos contra o tempo para suprir as necessidades materiais dos nossos professores, mas de nada valerá suprir necessidades materiais sem antes garantir melhoria à vida aos professores”, realça a organização.