Luanda - A liberdade de imprensa em Angola continua a ser asfixiada e ao mesmo tempo um acto de heroísmo para algumas empresas e os seus proprietários, devido a onda de perseguições e intimidações com o objetivo de silenciar e extinguir toda e qualquer linha editorial que não satisfaça a classe dominante.

Fonte: OMUNGA

Foi com muita tristeza que a OMUNGA tomou conhecimento sobre o possível cancelamento do canal de TV digital da Camunda News na plataforma YouTube e demais redes sociais, ou seja, a CAMUNDA NEWS vai deixar de produzir e emitir conteúdos de natureza informativa e política por um período indeterminado. No entanto, para a concretização desta intenção ilegal, o proprietário do projecto o senhor David Boio tem sido alvo de interrogatórios intimidatórios por parte dos Serviços de Investigação Criminal (SIC).


Na mesma senda, tomamos conhecimento sobre tentativas de coação e intimidação à jornalistas de Imprensa e fazedores de opinião nas redes sociais na província de Benguela, o que demostra uma estratégia clara que visa coartar os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos.


A ser verdade, é claramente um atentado ao Estado de direito e democrático, é expectável que em democracia, a actuação das instituições públicas devem basear-se ao princípio da legalidade, o trabalho desenvolvido pela Camunda News encontra o seu amparo na Constituição da República de Angola, na lei de imprensa e outros instrumentos internacionais ratificados pelo Estado angolano.


As instituições públicas precisam parar com essas atrocidades, de modo a permitir que os cidadãos possam contribuir com sua inteligência e sabedoria para o crescimento e desenvolvimento do país. Para isso é importante que a liberdade e o respeito às leis sejam um dos pilares para a criação de um ambiente salutar entre as instituições públicas, privadas e a sociedade civil.


Assim sendo, a OMUNGA apela ao Ministério da Comunicação Social e das Novas Tecnologias da Comunicação Social que chame a Camunda News e de uma vez por todas resolva os supostos problemas que diz existirem e que se deixe de estar a exercer coação ilegal sobre a Camunda News e outros órgãos de imprensa, bem como os jornalistas individuais.


Lobito aos 15 de março de 2023
João Malavindele Manuel