LUANDA — A Federação Angolana das Associações de Pessoas com Deficiência FAPED, denuncia haver em Angola ainda um déficit muito grande de exclusão e falta de acessibilidade a pessoas com deficiência.

Fonte: VOA

A FAPED que congrega 21 associações participou recentemente na vigésima oitava cimeira do Conselho da ONU dos Direitos Humanos trouxe um relatório negativo sobre acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência, contrário ao apresentado pelo executivo angolano que considerou Angola estar a evoluir neste capitulo.

 

. Da cimeira de Genebra na Suíça sobre Direitos Humanos os dados das associações da sociedade civil contrastam com aquele apresentado pelo ministério da Família e Promoção da Mulher, MASFAMU apresentado por uma das suas secretária de estado que concluiu que Angola está bem em termos de acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência.

 

Participaram na cimeira de Genebra da ONU de 5 a 10 deste mês mês, seis pessoas representando a FAPED, todas elas com deficiência, enquanto pelo executivo a delegação composta de 50 pessoas e apenas uma era pessoa com deficiência

 

Adão Ramos falando em nome da federação FAPED considerou que."a nossa realidade é das piores de todas as delegações que lá se encontravam na Suíça e pior é que não vemos sinais para mudra o quadro.

 

“O governo apresenta uma realidade que nada tem a ver com a nossa, o exemplo é este balanço feito pela secretária de estado do MASFAMU, pensamos que com este ritmo até 2023 dificilmente vamos ter uma sociedade acessível e inclusiva para pessoas com deficiência", disse.

 

No aspecto do material complementar como cadeiras de rodas etc estamos ainda pior segundo Adão Ramos que falou das cadeiras de rodas usadas em Angola que encontrou uma realidade em Genebra totalmente oposta.

 

"Eu que andei vaidoso achando que a cadeira de rodas que uso era das melhores do país afinal lá me disseram que já não se usa”, disse.

 

“Essas cadeiras são apelidadas de cadeiras de guerra, as pessoas do conflito na Ucrânia usam estas cadeiras, como emergência, para depois
receber as mais adequadas, as únicas pessoas que usavam estas cadeiras de guerra lá, éramos nós de Angola que aqui custam 200 mil cuanzas quase 400 dólares norte americanos", disse

 

Uma outra questão que preocupa a Federação prende-se com a descriminação que as mulheres com deficiência sofrem nas unidades hospitalares em Angola quando precisam de uma maternidade, segundo Idalina Bota da a Liga angolana de deficientes. LARDEF.

 

"As mulheres com deficiência muitas delas principalmente nas comunidades preferem dar à luz em casa sem qualquer condições por fugirem aos centros maternos que faltam respeito, discriminam as mulheres nesta situação", afirmou.