Luanda - Angola parece-me um autêntico cemitério de académicos e profissionais vivos. Uma clara antinomia. Começando mesmo por curar a ferida à sangue-frio começo já, passe a redundância, por pedir aos académicos um pouco mais de comprometimento. A ciência não se compadece com interesses terceiros subjugados, salvo opinião contrária plenamente justificada, porque esta pode de forma exímia, com maior ou menor dificuldade, ser comprovada com factos. É duro aceitar que habitamos numa balbúrdia extensão de terra com documentos constitucionais e administrativos tido como legais para ser considerado país.

Fonte: Club-k.net

Fora deste espectro devíamos ter o mínimo de vergonha. Não farei menção do que poderia fazer de modos a não tornar opaca essa forma de ver o solo em que nasci mas sim do que me permitem que seja feito.

E os outros académicos? Gostam tanto de ser chamados assim porque parece elogio quando fazem pareceres em televisão e rádios: “Mateus Domingos, académico”. Parece que acrescenta um pouco de respeito nos variados meios de convivência. Na família devem ser os “Tios académicos, manos doutores” ou sei lá.

Nosso quadro desorganizacional é tão claro e demostrado por alguns profissionais académicos que me faz espécie como continuamos na mesmice em termos práticos e preferimos vender desinformação aos leigos que adoram aplaudir um bem-estar carnavalesco.
Contrariamos leis científicas com um pendor de actuação comprovado só para ouvir elogios de quem nada entende da coisa. Eu, por exemplo, desconfio sempre de um elogio vindo de um consumidor de drogas. Normalmente na última oração dos encómios proferidos vem sempre conjugada de forma expressa ou tácita a conjugação do verbo pedir ou precisar.

Como já sou tido como alguém que só crítica e nunca apresenta formas de solução das variadas situações periclitantes que nos assolam, faço-vos uma curta consultoria patriótica: Prestem mais atenção aos economistas. Não falo daqueles que usam a inteligência ao serviço do abastecimento egocêntrico. Aos responsáveis deste barco, façam comissões de auscultações aos verdadeiros académicos e profissionais. A nossa extensão de terra tem solução e ainda pode ser realmente um país não só aos olhos dos que dilapidam os nossos recursos mas um lugar onde ainda, se decidirmos tratar a própria terra sendo patriotas, poderemos ver nascer e crescer o verde esperança.
Espera: Pensei bem. Acho melhor que os psicólogos e sociólogos entrem em acção antes de qualquer coisa. Sem saúde mental seremos autênticos engravatados com as bússolas avariadas.