Luanda - Após três anos de um interregno devido à pandemia da Covid-19, Angola volta a exibir ao mundo a sua indústria em vias de crescimento. O Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, inaugurou hoje, em Luanda, a 5ª edição da Expo-Indústria/2023, na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo, que decorre sob o lema “É possível caminharmos juntos”.

Fonte: Club-k.net

Participam do certame – que começou hoje, 29 de Março, até 1 de Abril – cerca de 238 empresas nacionais e estrangeiras, cifra superior à edição anterior, realizada em 2019, de vários sectores do agro-negócio, artesanato, banca e seguros, indústria transformadora, restauração, construção civil, entre outros.

 

Depois de efectuar uma visita minuciosa na maior de estandes, o Presidente da República lançou um repto aos investidores presentes "vamos industrializar o país”, revelando que a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real para a indústria transformadora angolana registou, no período 2018 a 2022, um acumulado de 7.7 por cento com maior destaque para último ano.

 

Segundo o Chefe de Estado, o valor representa um crescimento na ordem de seis por cento, superando a projecção prevista no Orçamento Geral Estado (OGE) para o ano de 2022.

 

João Lourenço afirmou que no mesmo período foram aprovados e implementados mais de 200 novos empreendimentos de grande impacto no domínio da indústria transformadora, distribuídos pelas 18 províncias do país, em diversos sub-sectores de actividades.

 

Segundo o Titular do Poder Executivo, a acção resultou em mais dez mil postos de trabalho, com maior destaque para o sector da alimentação, tendo realçado ser uma aposta do Executivo no aumento da produção industrial, para assegurar a auto-suficiência em bens essenciais de consumo.

 

O Presidente da República considerou fundamental continuar a estimular e a impulsionar o aumento da produção nacional para reduzir os preços, as importações e aumentar as exportações.

 

Com isso, disse, o país estará em condições de fazer face à competitividade decorrente da adesão, por Angola, aos protocolos da Zona de Livre Comércio da SADC, Continental Africana e da Zona de Comércio Livre Tripartida.

 

Na sua intervenção, João Lourenço apelou ao esforço organizado, sistemático e persistente para atrair o investimento privado nacional e estrangeiro, a fim de colocar o país na rota da industrialização estabelecido pela SADC.

 

Para o estadista, esta tarefa não é fácil, enquanto a concorrência entre países para atrair investimento directo estrangeiro é bastante forte.

 

É notório, prosseguiu, o esforço que o país vem realizando nos últimos anos no aumento e melhoria nas infra-estruturas de apoio à indústria e economia no seu todo.

Melhoria na oferta de energia eléctrica

Perante expositores e empresários, o Presidente João Lourenço notou ter havido, nos últimos anos, um aumento considerável da oferta de energia eléctrica de fontes de produção hidroeléctrica e fotovoltaica.

 

Disse que o referido aumento reduziu, consequentemente, a produção de energia eléctrica a partir de fontes térmicas (poluentes) e que encarecem o produto (energia) vendido aos consumidores domésticos e empresariais.

 

No quadro da melhoria do fornecimento da energia eléctrica, o Presidente João Lourenço sublinhou o facto de o Executivo estar a apostar na construção de linhas de transportes.

 

Na ocasião, o Chefe de Estado disse tratar-se de energia produzida na bacia do Baixo Kwanza, em Kapanda, Laúca, Cambambe e no Ciclo Combinado do Soyo, esta última na província do Zaire.

 

“Todas elas já interligadas, através da Rede Nacional de Transporte, para levar essa capacidade disponível para o Leste, Sudeste e Sul do país”, informou o Presidente da República.

 

O Titular do Poder Executivo adiantou que uma das ideias do projecto é ligar a rede nacional às províncias da Lunda Sul, Lunda Norte, do Moxico, Cuando Cubango, da Huíla, do Cunene e do Namibe.

Sector das águas

O Presidente João Lourenço anunciou que investimentos importantes estão programados também nos sectores das águas, um pouco por todo o país.

 

Afirmou que para Luanda, principal centro industrial do país, estão em implementação os projectos Bita e Quilonga que deverão melhorar o abastecimento de água à capital angolana.

 

Quanto ao actual contexto da indústria transformadora nacional, o Estadista angolano afirmou que oferece bastantes desafios, oportunidades mas também constrangimentos.

 

Angola continua a marcar passos bastante precisos no seu processo de abertura ao exterior, procurando caminhos para diversificar a economia através da substituição das importações, do fomento das exportações, da diminuição da dependência do país do sector petrolífero.

 

Por sua vez, na sua mensagem de boas vinda, o ministro da Indústria e Comércio começou por saudar a todos os presentes, frisando que “abertura da 5ª edição da Expo-Indústria é propícia para uma profunda reflexão sobre as potencialidades do nosso país, a necessidade de relançamento do parque industrial assente nas políticas de desenvolvimento rumo à diversificação económica, assim como a criação de empregos e de empresas cada vez mais competitivas.”