CABINDA — Em Cabinda, oito pessoas, entre elas duas da República Democrática do Congo (RDC), estão a ser ouvidas no tribunal nesta quinta-feira, 30, depois de terem sido detidas, juntamente com mais 34 no passado dia 25, quando participavam numa reunião a convite da Conacce Chaplains, uma instituição sem fins lucrativos que se dedica à capelania e desenvolvimento social e religioso, reconhecida pela Comissão dos Direitos Humanos da ONU.

Fonte: VOA

O advogado Arão Tempo, que diz que muitos deles foram torturados, desconhece por agora os crimes de que são acusados.

 

A reunião pretendia apresentar a Conacce Chaplains pretende instalar-se em Angola.

 

Nesse sentido, tem prevista uma reunião de formação de potenciais membros para Julho, mas, devido à proximidade de Brazzaville, onde vive os promotores destacados para o efeito, organizou um encontro em Cabinda com membros da sociedade civil e religiosos.

 

"Era para apreentar a organização Conacce, preparar o pessoal que está interessado em formação, capelães, juízes de paz, membros da Conacce, foi esta a informação que nos estava a ser transmitida, mas não se sabe qual era a informação que os serviços de inteligência de Angola receberam, invadiram o colégio num aparato de nove carros, lotados com vários homens da polícia e detiveram brutalmente todos que estavam lá", conta à Voz da América, Jeovanny Ventura, um dos presos entretanto libertado.

 

Ele acrescenta que também foram presos o dono do colégio, o director, um segurança e dois vizinhos que se aproximaram ao ver o aparato policial, mas dias depois, 34 pessoas foram libertadas, enquanto oito continuam detidas, entre elas dois da RDC.

 

O advogado dos detidos, Arão Tempo, diz que foram torturados, e que oito estão no tribunal nesta quinta-feira.

 

"Quando foram detidos foram espancados, sofrendo tortura, ficando de calções, outros sem camisa e agora estão a ser ouvidos, havendo ainda uma acareação que será feita", explica.

 

Questionado sobre os crimes de que são acusados, Tempo afirma que até agora "não está a entender que tipo de crimes, mas o procurador disse que um deles, que é o capelão (da RDC) é por exercício ilegal da profissão, mas não levantaram a questão da imigração ilegal".

 

Aquele advogado promete mais informações depois da audiência.


A Voz da América não conseguiu falar com a Conacce Chaplains que pode pronunciar-se depois, nem com o Serviço de Investigação Criminal.