Luanda - A Paz, é um bem necessário e indispensável para qualquer pessoa, comunidade, região, país ou sociedade. A paz é um bem incomensurável, que proporciona a tranquilidade, a liberdade e garante o progresso, o desenvolvimento e o bem-estar social do povo. A paz permite a convivência pacífica dos cidadãos no país e nas famílias, dentro do espírito de unidade na diversidade, a tolerância. Mas, para que essa paz resulte os devidos benefícios às populações, deve sr paz social, aquela que impacta positivamente na vida real das pessoas, das famílias, das associações ou organizações, das empresas, dos sindicatos, enfim, aquela em que os homens e as mulheres se podem realizar, sem impedimentos nem restrições.

Fonte: Club-k.net


Volvidos que foram os 21 anos de paz, no nosso país, Angola, tivemos alguns poucos benefícios (avanços) e muito mais retrocessos (recuos), como podemos destacar:

a) AVANCOS & BENEFÍCIOS


-- Livre circulação de pessoas e bens, em todo o território nacional;
--O calar das armas e bombas e o desvanecer de rumores de guerra no país;
--O regresso ao solo pátrio das pessoas ora emigrantes nos países vizinhos;
-- O direito e acesso à telefonia móvel;
-- O direito e livre iniciativa de criar instituições de ensino privado;
-- O direito e acesso a livre iniciativa da saúde privada;
-- O direito e acesso à construção civil e livre fixação domiciliar;
-- O <<direito e liberdade>> de filiação partidária e/ou associação;
-- O direito e acesso ao cultivo do campo e a liberdade de venda dos produtos do campo;
-- O direito e acesso ao B.I. e Passaporte Internacional;
--O direito à pesca rudimentar limitada, sob vigia estatal, entre outros.
--A implantação de universidades e institutos superiores nas regiões académicas ou províncias;

b) RECUOS & MALEFÍCIOS

-- Estado democrático e de direito (tutelado);
-- Liberdade de expressão e de manifestação (apenas formal);
-- Emprego da força activa (a favor dos estrangeiros);
--Acesso ao crédito bancário (selectivo e a favor dos governantes);
--Direito e acesso à parceria externa, (ao critério e favor dos governantes);
--Reconciliação nacional (condicionada à militância política no MPLA);
--Desenvolvimento económico-social (inibido pelo roubo do erário público, corrupção e impunidade dos que governam);
--Educação de qualidade, (desvirtuada por falta de patriotismo e vontade política de Estado), pelos governos sucessivos do MPLA;
-- Serviços de Saúde, (débeis, poucos profissionais e sem medicamentos nos hospitais de Estado);
--Direito de exploração de recursos naturais internos, (privilegiado ao estrangeiro sob caução dos detentores do poder político);
--Direitos de cidadania angolana e meritocracia (equivocados e condicionados com a militância no MPLA);
-- A Justiça e o respeito aos Direitos Humanos, (descaracterizados e tutelados pela vontade política do governo);
--Cultura, o poder das famílias e ética, (desestruturados, por falta de atenção e deixar andar da parte dos governantes), entre vários outros recuos que afectam sobremaneira os angolanos de 2002 até a esta parte.

CONCLUSÃO:

Os 21 anos de paz, proporcionáram para Angola e para os angolanos, um Estado chamado de "democrático e de direito" que seria, com separação de poderes, pois só consta na Constituição e na Lei, mas na prática é Estado aristocrático e ditatorial, visto que o poder executivo, concentrado na pessoa do presidente da república, subordina os outros poderes legislativo e judiciário, que por regra, deviam ser interdependentes.


Economicamente, o Estado é super dependente das receitas do petróleo bruto, refinado no estrangeiro, em que o estado, para além de receber menos de 50% da produção final, ainda embarca os custos dos resíduos petrolíferos: óleos, massas lubrificantes, vavulinas, etc. O país relegou ao segundo plano, e sempre adiada, a diversificação da economia, sem estratégias nem planos concretos para materialização; sem verbas condizentes para tal, a favor da dívida pública cujas implicações são deveras estranguladoras para a economia real, nacional. Consequência: menos produção nacional, menor oferta dos produtos e alimentos v.s. maior procura e consequentemente altos preços e, com o elevado nível de desemprego, maior é o sofrimento do povo!


Socialmente, as famílias, as empresas e os assalariados, andam preocupados e com incerteza do futuro próximo, devido o nível de inflação galopante, (de 2 dígitos), com os consumidores perder o poder de compra cada vez mais, agravado por salários menos condígnos, ( desajustados), daí constantemente ocorrência de greves dos sindicatos, trabalhadores, enfermeiros, médicos, professores, até dos oficiais de justiça, provando isso o indicador de má governação, ou seja, instabilidade governativa. Portanto, os factos falam por si, e contra factos não há argumentos.


SOBRE INCLUSÃO DOS ESTUDANTES DO Grupo IPLMS NAS VÁRIAS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS:


Os Estudantes do Grupo IPLMS, na sua dimensão e extensão, muitos foram inclusos nas estruturas do governo, sobretudo na saúde, educação, outros ainda enquadrados nas organizações não governamentais, nas instituições privadas de saúde e educação, para além das estruturas políticas partidárias da UNITA, donde se formaram e se forjaram. Uns e outros, por força maior da conveniência conjuntural, se transladaram para outro lado da barricada, estão nas administrações municipais ou comunais, e porque assim justifica a democracia.


Com incidência nas estruturas partidárias, antes do tempo da criação do Grupo IPLMS, muitos desses estudantes inscritos no Grupo, têm vindo a ser inclusos nas estruturas de topo à base, tanto a nível dalgumas províncias, como a nível da Direcção do Partido que, sem medo de errar, 80% são ex estudantes de cariz IPLMS, portanto, (do território livre de Angola, libertado pela UNITA), pelo menos das províncias como: Huambo, Bié, Moxico, Lunda Sul, Huíla, Cunene, Kuando Kubango, Kwanza Sul, Benguela e Luanda, entre outras.

AVANÇOS E RECUOS:

O período de paz proporcionou a muitos estudantes do IPLMS, que não tiveram oportunidade de ir se formar no exterior, a chance de aumentar o seu nível de ensino superior, pese embora com isso, nem todos tiveram sorte de emprego seguro. Em todo o caso, já capacitados, alguns quadros estão se gerindo a vida das suas famílias, por conta própria. Os recuos, são decorrentes dos critérios de seleção natural, face à exiguidade de vagas no Estado, são privilegiados ao nível das instituições administrativas, os jovens dos 18 a 35 anos de idade, em prejuízo aos adultos acima dessa idade, porquanto ao nível político partidário são mínimas as restrições.

Luanda, 05/04/2923.

Alfredo João Santos Mukanda.