Luanda – As autoridades judiciais angolanas tomaram nota da possível fuga para Portugal da cidadã Irina Isabel Gomes Martins Apolinário, implicada no processo NUP 9240/2023 DNIAP, que investiga o Presidente do Tribunal Supremo nos crimes de peculato, enriquecimento sem causa, e associação criminosa.

Fonte: Club-k.net

Irina Isabel Gomes Martins Apolinário, era a Secretaria Geral do Tribunal Supremo com responsabilidades de controlar as finanças da instituição. Para além do Juiz Presidente Joel Leonardo, Irina Apolinário e outra funcionaria Fátima Mendes Ferreira, eram as únicas pessoas que assinavam pelas contas do Tribunal Supremo.

 

Iria Apolinário era quem controlava a área financeira do Tribunal Supremo na altura em que Joel Leonardo realizou durante três meses, o descaminho de 267 milhões das receitas do tesouro, e outras operações como a transferência de 122 milhões de kwanzas para empresas familiares (esposa e sobrinhos).

 

Uma empresa de nome ULONGUIÇO controlada por Irina Apolinário, beneficiou de 16 944 000, 00 milhões de kwanzas do Tribunal Supremo como pagamentos de alegados serviços de limpeza no Cofre Geral dos Tribunais (CGT).


O CGT começou a operar em Fevereiro de 2022, porém, antes desta data, isto é, aos 21 de Dezembro de 2021, a empresa de Irina já teria recebido o pagamento de 4 236 000 000, de trabalhos que nunca foram realizados. Tudo isto consta na factura numero 22, recebido 0001.


Antiga funcionaria do BCI, Irina Isabel Gomes Martins Apolinário, é esposa de João Fernando Apolinário, que é sobrinho da esposa de Joel Leonardo. No âmbito do nepotismo que se registra nesta cote, João Apolinário foi há um ano nomeado pelo tio para exercer o cargo de chefe do Departamento dos Transportes do Tribunal Supremo. Na sequencia de um desentendimento interno, João Fernando Apolinário foi transferido como oficial de justiça da Comarca de Cacuaco. O mesmo encontra-se também na capital portuguesa.

 

Na qualidade de figura que coordenada “tudo” como SG do Tribunal Supremo, Irina Apolinário é por todos apontada como peça fundamental nos esquemas e pagamentos efectuados pelo Juiz Presidente Joel Leonardo que lesaram o Estado angolano em mais de 400 milhões de kwanzas. Suspeita-se que terá se evadido para Portugal em concertação com o próprio tio Joel Leonardo de modo a evitar que a mesma seja já notificada para interrogatórios pela PGR.


No quadro de uma norma aprovada pela justiça angolana determinando que os juízes e procuradores passariam a ficar com 10% dos bens patrimoniais aprendidos pelo PGR, uma parte dos imóveis da vila pacifica (Zango Zero) ficou revertido para o patrimônio dos tribunais.

 

Joel Leonardo na qualidade de Presidente do Tribunal Supremo, ordenou que alguns destes imóveis seriam distribuídos para os funcionários dos tribunais. Alguns destes apartamentos foram comercializados por Irina Apolinario, no valor de 35 milhões de kwanzas. Os dinheiros das vendas não tem ido parar para os cofres do Estado.