Luanda - “Cuiar” é um neologismo que entrou, sem pedir licença, para o léxico angolano, salvo melhor opinião, nos finais da década de oitenta.

Fonte: Club-k.net

De forma categórica e com autoridade, ele afirmou-se no conjunto de palavras dos usuários angolanos que interagem verbalmente. Seja por meio da escrita ou da fala.

 

Há dias Job Capapinha recorreu à palavra “cuiar” para, por um lado, insultar o povo da província do Cuanza Sul e, por outro lado, dizer que é muito bom “brincar de governar”. Disse, mais palavra, menos palavra, que o cargo que ocupa está-lhe a “cuiar”. Job Capapinha foi (muito) malcriado e pesporrento. Ofendeu a alma e orgulho dos cidadãos para quem tem a missão de servir. Apenas uma anciã ousou chamar-lhe atenção, pelas Redes Socias, pedindo mais respeito. Tudo o resto ficou com o rabinho entre as pernas até ao momento.

 

Sinceramente, não tenho dúvidas que o cargo que Job Capapinha ocupa lhe esteja esteja a “cuiar”.

 

É claro que “cuia” quando somos beneficiados com política de “job for the boys”, mesmo que não tenhamos capacidade ou experiência de trabalho.

 

E Job Capapinha teve a hombridade de dizer alto e em bom som que nunca trabalhou na vida (a dona Maria Helena, minha mãe, costuma dizer que quem não trabalha é….lumpeno). Que não era governador, mas sim activista do MPLA desde os seus 12 anos de idade.

 

Dito de outro modo: o Cuanza Sul não tem um governador, mas sim um activista do partido no poder a quem “cuia” insultar os locais e desempenhar zelosamente o papel de desgovernar por onde quer que vá.

 

Desta vez, o azar calhou à província do Cuanza Sul. Job Capapinha abusa do poder que tem para cometer desmandos naquela parcela do País, tendo transformado a cidade do Sumbe em “Capital da Poeira”.

 

Job Capapinha faz dos kuanza- sulanos “gato sapato” por ter a certeza da impunidade e saber que o angolano é, no contexto da região austral de Africa, um povo exageradamente pacífico devido à cultura do medo.

 

Gostaria de destacar aqui a distração do Presidente da República. João Lourenço é tão distraído que ainda não percebeu que a província do Cuanza Sul está sem governador desde o início do seu consulado. É que Job Capapinha já disse que que não está lá como governador com o fito de trabalhar para o povo, mas sim como activista e para servir única e exclusivamente o MPLA.

 

O povo do Cuanza Sul está a penar às mãos do activista político que la se encontra, enquanto o Presidente da República não encontra alguém para governar aquela província.

 

Ao Titular do Poder Executivo também deve estar a “cuiar” ver o povo do Cuanza Sul a ser usado e abusado por um activista político do MPLA.

 

Quer-me parecer que João Lourenço ainda não percebeu (não percebe de muita coisa) que o discurso e os métodos de Job Capapinha estão desajustados. Que ele já é um activista político com mais passado do que futuro.

 

Mesmo que a sua manutenção como activista político (e não como governador) decorra do facto de o cargo corresponder à categoria do “job for the boys”, faça o favor de convida-lo a deixar “Benguela Velha” . Há muito que a presença de Job Capapinha no Cuanza Sul não “cuia” nada aos locais. Será que “cuia” ao Presidente João Lourenço manter alguém que escarnece o povo do Cuanza-Sul? Quero crer que não!