Luanda - A paz é um bem mais precioso. É necessária, é essencial e é imperativa, em todos os sentidos da vida humana, para todos nós, sem excepção. Porém, ela deve ser almejada, defendida e preservada por nós todos, a todo o custo. Somente, isso deve ser feito com honestidade e com convicção firme e inabalável, sem simulação, como uma cortina de fumo.

Fonte: Club-k.net

Vejamos, neste nosso país martirizado, o MPLA é a «Única» força política que tem as armas, os canhões, os tanques, os misseis, os submarinos, os navios de guerra, os bombardeiros, o exército, a marinha, a força aérea, a polícia e os serviços de segurança e de inteligência, sob o seu comando directo. Na verdade, devemos saber que a maior ameaça à paz é a pobreza extrema, a injustiça social, a exclusão social e política, a distribuição desigual da riqueza e a desvalorização do povo angolano a favor dos estrangeiros.


Recentemente, na TV-Zimbo, na Revista de Semana, Doutor David Mendes disse, com boca cheia, de que, «o Estado Angolano deve assumir a sua responsabilidade de Estado, se for necessário, afastar todos os professores em greve e ir buscar os estrangeiros para substitui-los». Isso, dito por Doutor David Mendes, revela nitidamente a xenofilia excessiva, que é, no fundo, a cultura política do Partido no Poder, MPLA.


Além disso, a ameaça mais iminente à paz duradoira, que é uma realidade inequívoca, é o exército oculto islâmico, que está acoberto sob comércio e religião, cujos agentes clandestinos estão espalhados e implantados em todo o país, até nas zonas recônditas. Creio que, se o General Francisco Pereira Furtado (Ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República) se estiver bem atento, deve estar melhor informado da dimensão deste fenómeno do que muito de nós, como cidadãos comuns.


Na verdade, esses supostos comerciantes ou agentes económicos (mamadous) são sócios dos dirigentes do MPLA, que fazem a sua cobertura, servindo-se de protetores, ficando com costas largas. Eles são os aliados leais do regime, fazem junto os negócios, exploram o povo e são protegidos. Eles actuam à margem da lei. Aliás, este é um dos meios que servem de «pipeline» para a drenagem do capital para o exterior, para o branqueamento de capitais e para o contrabando.
Repare que, o comercio formal, semiformal e informal (pequenos, médios e grandes) está dominado por estrangeiros, que exercem o poder extraordinário de exploração e opressão dos angolanos, marginalizados e mergulhados na pobreza extrema, sem acesso aos circuitos financeiros.


Isso que estou a dizer não constitui tabu nenhum, todos os angolanos, sobretudo a classe das Zungueiras, sabe como a vida é dura e penosa, viver neste ambiente de marginalização e perseguição permanente, violenta e humilhante, exercidas pelos agentes da polícia, que comportam piores que os sipaios do sistema colonial português.


Ao passo que, os estrangeiros movimentam-se e fazem o seu negocio tranquilamente, sem qualquer fiscalização ou controlo dos serviços de segurança do Estado, isto é, os ditos fiscais, que estão altamente corrompidos e manipulados.


Logo, este ambiente depressivo, à medida que a pobreza vai agravando mais instabilidade social, que será explorada pelos agentes jihadistas e por outros grupos islamitas para instigar o terrorismo no país, como está a acontecer noutras paragens geográficas do nosso Continente, sobretudo na região do Sahel. Mozambique e os Grandes Lagos são exemplos concretos e evidentes deste fenómeno, que se arrasta pela África Subsariana.


Por isso, não vale apenas tapar o sol com a peneira, agir como a avestruz com a cabeça na areia, sem coragem de enfrentar os factos consumados. Envolvendo-se apenas em discursos inflamados (para iludir a opinião pública) que emanam sempre de alguns círculos internos da Cidade Alta.


Por isso, eu afirmo novamente de que, só, e somente, o MPLA está em plenas condições, com a vontade política, e com o potencial incalculável para desencadear a guerra, como forma de reprimir o povo e manter-se no poder. Por esta via, fica mais fácil travar o processo da democratização do país.
Em termos concretos, a título de exemplo, durante as eleições gerais do ano passado, de 2022; vós o povo, não vistes os tanques e as armas sofisticadas nas ruas para reprimir a vossa vontade, que foi expressa claramente nas urnas? Então, quem tem duvidas disso? Porque este desfile todo de cortina de fumo? Abre os olhos!!


Na verdade, por de detrás desta manobra de diversão, acima referida, está um plano oculto. Oxalá, que não seja isso! Pois, há gente que interpreta o despertar do povo e a mudança democrática do poder como o sinónimo da guerra. Essa, é a lógica, que o MPLA pretende iludir a opinião pública, com discursos da guerra e da conspiração contra o poder do Estado.


Felizmente, o povo já está de pé, já acordou há muito tempo. Devemos saber que, os tempos do obscurantismo e da manipulação das mentes das Angolanas e dos Angolanos já ficou para trás. A mudança democrática do poder, desejada pelo povo angolano, é inevitável. Deus proteja Angola. Viva a Paz! Viva a Reconciliação Nacional. Juntos venceremos. Há Vitória para Nós. Para Frente – Sempre, e Sempre.

Luanda, 16 de Abril de 2023.