Luanda - O Serviço de Investigação Criminal (SIC) negou que esteja a perseguir o ativista angolano Nelson Adelino Dembo, mais conhecido por “Gangsta”. A posição foi assumida esta quarta-feira (19), pelo porta – voz do SIC Superintendente-Chefe de Investigação Criminal, Manuel Halaiwa, numa entrevista não gravada Radio Comercial Despertar.
Fonte: Club-k.net
O responsável para além de negar a perseguição, atribuído as informações como sendo das redes sociais declarando que não correspondem a verdade.
Apesar da negação do oficial, o Club-K divulgou documentos que revelam que decorre no SIC um processo criminal contra o mesmo com a referencia 604/021-050SIC/ PGR-635/022-C, na qual é acusado de vários crimes, de dentre os quais, o de injurias contra a imagem do Presidente da República, por alegadamente ter dito durante uma manifestação da UNITA, que o Presidente João Lourenço não governa bem.
Gangsta’ , que é um ativista muito crítico do poder, está desde o dia 31 de março de 2022 sob termo de identidade e residência, medida aplicada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC), após ter sido constituído arguido.
No dia 28 de setembro de 2022, o diretor do Gabinete de Estudos, informação e analise, sub-comissário Helder Tomé de Sousa Queiroz produziu um oficio numero 852/GEIA.SIC.MININT/02.DPOC/2022, direcionado aos órgãos centrais do regime, solicitando “orientações superiores” de como deveria actuar contra o activista.
Estando sob termo de identidade e com obrigações de se apresentar mensalmente ao SIC. Porém, deixou de se apresentar desde Novembro do ano passado. Numa entrevista recente à Lusa, o ativista ‘Gangsta’ , disse que “teme pela vida” e recusa cumprir o termo de identidade e residência, a medida de coação imposta pela justiça, preferindo acampar em parte incerta.
“Eu vivo sob um termo de identidade e residência, mas porquê? Porque eu falo. Foram-me imputados cinco crimes, nomeadamente associação criminosa, instigação à rebelião, instigação à desobediência civil, ultraje ao Presidente da República, mas porquê? Porque eu falo? Não, eu não concordo, já não assino mais nenhum documento de presença periódica no SIC”, atirou.
No dia 11 de Março, o SIC capturou duas irmãs do ativistas e levadas para interrogatório na primeira esquadra da Policia Nacional na centralidade do Kilamba. Durante ao interrogatório, de de mais de 4 horas, as duas senhoras foram questionadas sobre o paradeiro do ativista.
De recordar que em vários balcões do Serviço de Migração Estrangeiro (SME), foram colocados panfletos anunciando que Adelino Dembo “Ganster”, está a ser procurador pelas autoridades angolanas.
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