Luanda - Os funcionários da Cruz Vermelha ouvidos pela DW falam em momentos difíceis dentro da delegação provincial. Sem receber salários há mais de quatro anos, a situação torna-se cada vez mais insustentável.

Fonte: DW

Margarida Vicente, membro do conselho provincial da delegação da Cruz Vermelha na província angolana do Kwanza Norte há 29 anos, diz à DW que o problema perdura desde a retirada da empresária Isabel dos Santos da liderança do Comité Nacional da Cruz Vermelha de Angola.

"No passado, recebíamos salários. Desde que tiraram Isabel dos Santos e entrou outro presidente, estamos a viver em sofrimento. [Estamos há] quatro anos sem salário", relata.


"Não tem ninguém que me ajuda, sou mãe, sou pai, tenho que depender da lavoura para comer", lamenta.

Votar em nova gestão

Ainda esperançosa na resolução do atual problema que está a atormentar os membros da Cruz Vermelha no país, Margarida Vicente apela ao voto nas eleições para a presidência do Comité Nacional da Cruz Vermelha de Angola.

Há quatro candidatos na corrida eleitoral, que já fizeram campanha eleitoral na província.

"Eu espero votar para ver se resolvem estes problemas que nós estamos a passar", afirma Margarida Vicente.

O conselho provincial da Cruz Vermelha no Kwanza Norte é composto por 25 membros. O seu presidente, Joaquim Estevão Kakulo, fala numa situação "catastrófica" na instituição que dirige na região.

Joaquim Estevão KakuloJoaquim Estevão Kakulo
Joaquim Estevão Kakulo, presidente do conselho provincial da Cruz Vermelha no Kwanza Norte Foto: António Domingos/DW
"A Cruz Vermelha deixou de ter a sua essência", lamenta. "É uma instituição em que os funcionários estão há mais de quatro anos sem salários, é um problema sério."

Kakulo espera, por isso, que o vencedor do pleito eleitoral do Comité Nacional da Cruz Vermelha, previsto para maio, possa "resolver os problemas que a instituição vive".

Tema da campanha eleitoral

Faustina Alves de Sousa promete melhorias caso seja eleita presidente do Comité Nacional da Cruz Vermelha em Angola, à semelhança dos outros três candidatos.

"Os membros dos conselhos provinciais levantaram um problema que é muito importante, que tem haver com o capital humano, que é a questão das suas remunerações", salientou.