Luanda - Esse dilema sobre o posicionamento da malta crítica da Diáspora vai encontrar respostas nas preocupações expressas recentemente pelo PR no encontro com a malta do MIREX. É preciso que as missões diplomáticas se aproximem das comunidades e façam as mesmas se aproximarem do país. Em 2002 fui ao Brasil fazer reportagens sobre as relações Angola-Brasil. Fui ao Senado em Brasília, Salvador, S. Paulo e Rio de Janeiro.

Fonte: Club-k.net

Na época o cônsul de Angola no RJ era o mais-velho Ismael Diogo. Foi na Vila do João (Favela da Maré) onde senti a revolta dos nossos compatriotas com as autoridades consulares. Não queriam sequer ouvir o nome do Cônsul pois sentiam-se marginalizados pelo mesmo. Disseram-me que em certos casos tinham de ser eles a fazerem uma "vaquinha" para enviarem para Angola cidadãos nossos que por lá perdiam a vida por doença e outros males. Deixo apenas esse exemplo dos vários que constatei.


Eu também tinha a impressão que havia um certo exagero da parte dos angolanos da Diáspora sobre o nosso país. Hoje passados quase 5 anos fora de Angola, percebo melhor essa questão do distanciamento existente, infelizmente. Há de facto um fosso entre as comunidades e as representações diplomáticas.

 

O recado para a mudança que se quer, para os mais atentos, ficou expresso nas palavras do PR. É preciso levar a mensagem de Angola para os da Diáspora e vice-versa. Há sim uma Angola fora de Angola. Infelizmente desconhecida por muitos. Eu vivo Angola todos os dias. E não sou o único.

Jorge Madeira.