Luanda - No longiquo ano de 1974, exactamente no dia 25 de Abril, dava- se o virar da página consubstanciado na queda do regime Salazarista, abrindo o caminho para a tão almejada liberdade de Portugal e das Províncias ultramarinas de então.

Fonte: Club-k.net

Na época, pela monstruosidade do regime, ninguém sequer sonhava que o fim estivesse às portas. Na ocasião, o sentimento humano bateu a consciência dos destemidos jovens Capitãs que com sua inteligência e audácia colocaram um ponto final a Longa Noite Colonial.

 

Este facto, teve um contágio automático e inédito às Colónias de então, dando origem as suas independências .

 

Para o caso específico de Angola, litigavam antagonicamente com o colono Português três Movimentos de Libertação Nacional, FNLA, MPLA e UNITA, que com responsabilidade acrescida, criaram condições objectivas e subjectivas para a proclamação da Independência de Angola. Na altura, almejavam uma Angola livre da miséria, da exploração do homem pelo homem, uma Angola livre da mendicidade, da pobreza, uma Angola em que todos sentiriam o orgulho de nela pertencer. Infelizmente, o clarão que todos esperavam à madrugada, deu origem as trevas e as suas sequelas persistem até aos nossos dias.

 

Se no passado houve incapacidade de dialogar sentados à mesma mesa, as actuais e futuras gerações, têm a nobre e ingente missão de flexibilizar os seus pensamentos para que a nossa Pátria seja o arcaboço que nos mantém de pé, antes, durante, e na eternidade dos tempos, como dizia e muito bem, o Presidente Fundador da UNITA, Dr. Jonas Malheiro Savimbi.

 

Consta da história que todos os povos que se uniram em torno da sua Pátria, tiveram resultados quantitativos, mas também qualitativos. Se nos unirmos em torno da nossa Pátria comum, creio que a nossa forma de ser e de estar, irá mudar consideravelmente.

 

Para tal e para que se tenha um futuro de harmonia, é indispensável que os angolanos se considerem irmãos, sem os quais o futuro de Angola não existe. É preciso que haja tolerância, humildade e amor ao próximo.

 

49 anos depois, julgo que se os designeos da Pátria falassem mais alto, teríamos uma Angola sonhada pelos pais da independência e seria um orgulho para todos.

 

O que faltou? Ainda acho que faltou unidade na diversidade em torno da Pátria comum, faltou tolerância e irmandade.

 

Como angolanos, independetemente das nossas convicções, a nossa Pátria deve sustentar a nossa forma de Ser e de Estar, encarando com honestidade os fenómenos políticos, sociais e económicos, emitindo opiniões sem receio de sofrer represálias.

 

Às lideranças do país! Cabe a vós um altruísmo positivo no sentido congregador, para o alcance dos objectivos preconizados;

 

Para as lideranças políticas à todos os níveis! Toda a decisão tomada no espírito da paz e da concórdia, traz sempre resultados positivos, susceptiveis de abranger aqueles que fazem parte do nosso círculo e não só.

 

Portanto, o futuro desta Pátria de Nginga, Mutuyakevela, Ndunduma, Mandume, Ekuikui e outros, dependerá em grande parte da vossa atitude e comportamento.

 

Que o 25 de Abril sirva de reflexão para que cada um cotribua para a mudança da nossa Pátria Mãe- Angola, de forma a que todos os seus filhos vivam como gente na terra do seu nascimento.