Luanda - O chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar, general João Pereira Massano, considerou hoje, terça-feira, essencial o reforço da cooperação com os Estados Unidos da América (EUA) e outras nações africanas para prevenir e mitigar conflitos e enfrentar as ameaças transnacionais.


Fonte: Angop

O general João Pereira Massano fez este pronunciamento quando discursava na abertura de uma conferência de directores de Inteligência Militar de países africanos sob a égide do Comando dos Estados Unidos da América (EUA) para a África (AFRICOM).

Considerou a realização da conferência como oportunidade suplementar aos mecanismos regionais e sub-regionais vigentes para explorar os múltiplos recursos técnicos e tecnológicos de partilha de informação crítica em matéria de defesa.

Falou da necessidade de determinar mecanismos de parceria e soluções inovadoras enfrentar e ultrapassar os múltiplos desafios e da inteligência partilhada e ajudar a potenciar a capacidade de superar os múltiplos desafios que o continente africano enfrenta. Declarou que os serviços de inteligência têm a responsabilidade de auxiliar no planeamento de decisões das lideranças políticas na defesa dos mais altos interesses dos respectivos Estados.

Apontou as guerras e as alterações climáticas como estando no topo das prioridades dos governos, das organizações internacionais, regionais e sub-regionais por colocarem em causa a segurança, a estabilidade e a soberania dos Estados.

Aludiu que a situação de segurança em África é descrita por convergência de ameaças internacionais e instabilidade, que vão desde conflitos directos, indirectos e rivalidade entre as superpotências. Apontou ainda o facto de as grandes potências abandonarem os mecanismos multilaterais para unilaterais quando os seus interesses nacionais são ameaçados, minando a sobremaneira e estabilidade internacional.

Referiu que o prolongado conflito Rússia-Ucrânia que tem gerado múltiplos impacto na economia mundial, em particular das emergentes, obriga a alterar os seus planos nacionais de desenvolvimento.

De igual modo, entre os constrangimentos existentes, acrescentou as mudanças inconstitucionais de governos legitimamente instituídos, o ressurgimento de novos conflitos no Sudão, o terrorismo, o radicalismo religioso e de conflitos tribais.

Salientou que resultados positivos têm sido alcançados face à ameaça terrorista na região do Cabo Delgado, em Moçambique, assim como enalteceu os ganhos da República Democrática do Congo (RDC), mediante esforços diplomáticos e para estancar as ameaças de grupos armados que exploram recursos naturais, legitimamente, reclamados pelas autoridades de Kinshasa. Por sua vez, a sub-directora de inteligência da AFRICOM, brigadeira-general Rose Keravuori, defendeu o reforço da cooperação entre as inteligências para melhor lidar com as ameaças globais.

Afirmou que o combate ao extremismo requer conciliação da diplomacia e força militar, da cooperação para alcançar os objectivos almejados A brigadeira-general Rose Keravuori disse haver necessidade de se criar mais coligações para lidar com os mecanismos de financiamento ilícitos.

Prometeu continuar a advogar uma mais forte relação de cooperação entre Angola e os Estados Unidos e entre as inteligências dos dois países. De igual modo, Rose Keravuori afirmou que os EUA apoiam o lugar de África como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU e no G20 e encorajou a promoção do espírito de cooperação entre os países africanos. O Comando dos Estados Unidos da América (EUA) para a África (AFRICOM), criado pelo Departamento de Defesa em 2007 e a operar desde 2008, coordena as actividades militares e de segurança dos Estados Unidos no continente africano.