Luanda - No dia 1 de Maio de 1886, 500 mil trabalhadores inundaram as ruas de Chicago, nos Estados Unidos de América para fazer valer os seus direitos quanto ao trabalho, exigindo a redução da carga horária e a dignificação do esforço empreendido.

Fonte: Club-k.net

Foi uma iniciativa sem igual que marcou de forma indelével o modo de vida dos trabalhadores de todo Mundo.


Essa trajectória trouxe à lume muitos factos históricos marcantes dignos de realce e consideração pelo simbolismo que eles representam.


Em 15 de Maio de 1891, o Papa Leão XIIIº, promulgou a célebre encíclica Rerum Novarum, o que significa “ das coisas novas e das inovações”, em que num trecho plasmava sobre a jornada de trabalho “ o número de horas de trabalho não deve exceder a força dos trabalhadores e a quantidade de repouso deve ser proporcionada a qualidade de trabalho, às circunstâncias do tempo e do lugar, a compleição e saúde dos operários”.


Deste pensamento profundo, humano e inovador, ressalta o facto de que, todo o trabalho humano deve assentar sobre a dignidade da pessoa humana, que é o fim último e único de qualquer labor.


Infelizmente, decorrido mais de um século desde o Dia 1 de Maio de1886, condimentadas com outras lutas que deram segmento na Inglaterra e noutros cantos do Mundo, ainda assiste-se em alguns casos, a exploração do homem pelo homem, sobretudo da parte daqueles que detêm o poder financeiro.


Com o espírito de Chicago, hoje no Mundo, os trabalhadores têm o direito de constituir Sindicatos para representar os interesses da classe.


Muitas constituições adotaram a convenção nr 87 da OIT ( Organização Internacional do Trabalho) para salvaguardar os interesses da classe trabalhadora, dando-lhe a oportunidade de formar Sindicatos e/ou Associações representativas.


Cá entre nós (em Angola), a luz do ordenamento jurídico angolano e nos termos do artº 50º da CRA, dá uma cobertura legal aos Sindicatos e seu modus operandi espelhado na Lei específica.


Uma mensagem para os Patrões!

No vosso dia-à-dia devem considerar os Sindicalistas como aliados e não adversários, pois, é com as críticas que deveis melhorar o vosso trabalho.
Mas, e paradoxalmente muitas entidades empregadoras na resolução de conflitos laborais, tendem a ostrascisar a classe trabalhadora coartando a sua liberdade em reclamar os seus direitos.

 

Em Angola durante a guerra fria vigoravam dois principais Sindicatos: a UNTA ( União Nacional dos Trabalhadores Angolanos), fundada pelo Dr. António Agostinho Neto, sob os auspícios do MPLA e o SINTRAL (Sindicato dos Trabalhadores de Angola Livre), fundado pelo Dr. Jonas Malheiro Savimbi, sob os auspícios da UNITA.
Esses dois Sindicatos, agiam em função do pendor político- ideológico, e, portanto, sustentavam os programas dos respectivos Partidos.

 

Dos dois, apenas a UNTA prevalece, o que em minha opinião, devia encentar reformas profundas para corresponder aos ditames do Estado Democrático de Direito, dando ao cidadão a oportunidade de criar Associações Sindicais livres da entidade empregadora.
Bem- haja o 1º de Maio, um abraço a todos os trabalhadores do Mundo, em especial os angolanos.