Lisboa – Um “assessment” de avaliação das autoridades angolanas admite que a mais recente deslocação do Presidente da República, João Lourenço, ao Reino Unido da Grã Bretanha, foi marcada por “uma tremenda desorganização e atrasos” que como consequência impossibilitou o estadista angolano de ter uma agenda paralela para encontros bilatérias e de trocar impressões com o Rei Carlos III, a margem dos eventos das cerimónias principais.

Fonte: Club-k.net

REGIME ANGOLANO REAGIU MUITO TARDE AO CONVITE 

Ao contrario das vezes anterior em que se fazia deslocar ao exterior com uma volumosa caravana de cerca de 150 pessoas, o Presidente João Lourenço viu-se, desta vez, apelado a reduzir o numero de integrantes da sua comitiva (para 60 membros), uma vez que o Rei Carlos III, optou por realizar uma cerimónia mais pequena e com menos pessoas comparada com a coroação da sua mãe em 1953.

 

Até pouco tempo, a caravana do Presidente João Lourenço se fazia transportar ao exterior do país, por três aviões: Um para o casal presidencial, um para o chefe da diplomacia e outro transportando o então chefe da secreta externa, general José Luís Caetano Higino de Sousa “Zé Grande”.

 

Segundo apurou o Club-K, a realeza britânica advertiu desta desta vez as autoridades angolanas que seria permitido um avião por país, e que não seriam permitidas aeronaves de apoio. Mas mesmo assim, a comitiva de João Lourenço chegou à Londres distribuída em dois aviões. O avião presidencial que chegou na quinta-feira a noite com o casal e 50 integrantes; e o segundo avião que chegou antes transportando o ministro das relações exteriores (com seis elementos) e o novo diretor do serviço de inteligência externa (SIE) acompanhado por dois altos funcionários da secreta. Um quarto elemento da secreta já se encontrava em Londres em condição de avanço.

 

A organização da coroação do Rei Charles começou a ser preparada desde setembro de 2022, isto é, há cerca de oito meses. Em finais de fevereiro do corrente ano, a realeza britânica enviou formalmente um convite eletrônico a Presidência angolana e um pacote informativo (incluindo uma nota verbal No053/2023) solicitando que esta confirmasse a presença do casal presidencial até as 12h do dia 5 de Abril. O governo de Luanda apenas reagiu a comunicação há duas semanas da viagem remetendo os nomes dos elementos que iriam integrar a caravana presidencial.

 

Como consequência do atraso e da desorganização da parte angolana, a Realeza inglesa Londres não colocou o nome de João Lourenço para trocar impressões em separado com o Rei Charles III, durante um jantar na sexta-feira, oferecido aos chefes de Estado no Palácio de Buckingham que foram à coroação. A nível dos países da CPLP, o Presidente do Brasil e da Guiné-Bissau tiveram o momento em separado com o novo monarca.

 

Ainda no dia do jantar de sexta-feira, o Presidente angolano cumprimentou o Rei, a semelhança de outros estadistas, mas o seu protocolo não conseguiu organizar para que tivesse encontros bilaterais e de cortesia com o Primeiro Ministro da Inglaterra Rishi Sunak , e outros lideres mundiais conforme teve o Presidente do Brasil, que inclusive conversou com líderes de países como Alemanha, Israel, Irlanda e Coreia do Sul.

 

“A minha vinda a Inglaterra foi importante porque, além de conversar com o primeiro-ministro do Reino Unido e com o Rei Carlos III, conversei com vários presidentes da África e conversei com o EmmanuelMacron também, para falar sobre a construção da paz”, escreveu Lula da Silva no Twitter.

 

O Presidente angolano, conforme constatado acabou ficando fora dos holofotes e sem visibilidade da cerimonia pre – coroação, gerando reparos a nível dos internautas que por não verem imagens suas manifestavam duvidas se teria sido ou não convidado para o evento da realeza inglesa. A maior visibilidade da sua visita foi uma manifestação de cidadãos angolanos organizada na manha de domingo em frente ao hotel four season, onde estava hospedando para exigir a libertação do ativista Tanice, Neutro, o fim da corrupção na justiça angolana, e o seu afastamento do poder. Lançaram também palavras de ordens contra o ministro do interior Eugenio Cesar Laborinho, devido aos assassinatos cometidos pela Polícia Nacional e por reprimir manifestações em Angola.

 

JL (AINDA) SEM FOTOGRAFIAS DIVULGAS

 

As autoridades angolanas foram também advertidas pela Realeza que os fotógrafos, e os meios de comunicação que acompanham os presidentes não teriam acesso à sala de recepção do Rei nem outros eventos restritos. Na sala do jantar com o Rei estiveram apenas fotógrafos da monarquia, e profissionais da BBC e Reuters. O fotografo da realeza Ian Jones que estava autorizado a fazer imagens na dia do jantar no Palácio de Buckingham divulgou fotografias de alguns lideres como Lula da Silva prometendo que em breve sairiam as outras.

 

As autoridades angolanas terão já requisitado imagens do momento em que João Lourenço estendeu as mãos ao Rei Carlos III, para cumprimentar, neste jantar de sexta-feira (5).

 

Segundo apurou o Club-K, a realiza já garantiu que irá disponibilizar as imagens “em breve”, do presidente a saudar o rei e a entrar no “Westminister Abbey”. Foram advertidos que nenhuma imagem pode ser partilhada com os medias locais da Inglaterra.

 

De lembrar que para o Abadia de Westminster, local onde aconteceu o momento da coroação de sábado, nenhum órgão estrangeiro foi também credenciado sendo que as imagens são da exclusividade da realeza. Também, neste dia, nenhum chefe de Estado esteve próximo do Rei, apesar de terem sido fotografados pelos fotógrafos da realiza a entrarem para o local.

 

Lula da Silva (Brasil) e Umaro El Mokhtar Sissoco Embaló (Guiné-Bissau), tiveram as suas fotografias partilhadas com o Rei no jantar de sexta-feira, e outras quando se dirigiram ao Palácio de Buckingham tiradas na parte de fora pelos seus fotógrafos que foram antecipadamente credenciados.

 

Apesar de Angola acolher um adido de imprensa em Londres, Alfredo Salvador Carima “Dito”, este viu as suas competências reduzidas e centradas no Centro de Imprensa da Presidência da República de Angola (CIPRA) que tentou fazer tudo a partir de Luanda, provocando desorganização. Por conta do atraso dos credenciamentos para acesso a certos locais, os medias angolanas que acompanharam a caravana presidencial tiveram limitações. Os mesmos Puderam fazer imagens da cidade e terão usados dos locais reservados a monarquia, requisitando as agencias competentes.