Luanda - Angola assinou no último ano cinco contratos de serviços com companhias petrolíferas internacionais, que totalizaram 9,4 mil milhões de dólares (8,5 mil milhões de euros), segundo dados da Energy Capital & Power.

Fonte: Lusa

De acordo com a Energy Capital & Power, uma plataforma de investimento líder global focada no setor de energia africano, os cinco contratos de serviços com maior valor foram assinados entre 2022 e o ano em curso.

 

O contrato com o valor mais alto, 7,8 mil milhões de dólares (sete mil milhões de euros), foi assinado em fevereiro deste ano pela Azule Energy, a maior produtora independente de petróleo e gás em Angola.

 

Os contratos foram assinados com empresas de infraestruturas e tecnologias energéticas importantes no Projeto de Desenvolvimento Integrado do Centro Oste Agogo -- um dos maiores projetos de 'upstream' (atividades de exploração, perfuração e produção) em Angola, designadamente Yison, Baker Hughes, Aker Solutions, Saipem, Subsea 7 e TechnipFMC.

 

O segundo contrato mais alto, de 900 milhões de dólares (818,6 milhões de euros), foi assinado pela Saipem, empresa multinacional italiana de serviços petrolíferos.

 

Segundo a Energy Capital & Power, o novo consórcio de gás de Angola -- que integra a Azule Energy, a estatal Sonangol, a Chevron e a TotalEnergies -- concedeu à Saipem três contratos de engenharia, aquisição e construção, que têm como finalidade o desenvolvimento dos campos de Quiluma e Maboqueiro, localizados na Bacia do Baixo Congo, ao largo de Angola.

 

"Trata-se de um contrato 'onshore' e dois 'offshore', assinados em agosto de 2022, avaliados em 900 milhões de dólares, e que abrangem todo o trabalho de engenharia, aquisição e construção, incluindo ainda a conexão e assistência em todo o tipo de encargos para o bom funcionamento da plataforma Quiluma", refere a plataforma de investimento, numa nota a que agência Lusa teve acesso.

 

A Sonadrill, consórcio participado pela Sonangol e pela empresa global de soluções de perfuração com sede nas Bermudas, Seadrill, fechou em novembro do ano passado, um contrato de extensão, no valor de 327 milhões de dólares (297,4 milhões de euros), para a operação do navio de perfuração Libongos em Angola, plataforma que será utilizada para perfurar 12 poços mediante o pagamento de uma taxa diária de 402.500 dólares (366.113 euros) durante um período de 25 meses.

 

Ainda a Sonadrill acordou igualmente uma extensão do contrato de operação do seu navio West Gemini -- uma embarcação de águas ultraprofundas que explora a costa de Angola -- no valor de 161 milhões de dólares (146,4 milhões de euros).

 

O contrato assinado em abril de 2022 é válido por 18 meses e vai permitir que o navio perfure dez poços adicionais, com opções para perfuração de outros oito poços.

 

Por último, a TechnipFMC, além do contrato da Azule Energy, assegurou um contrato de 250 milhões de dólares (227,3 milhões de euros) com a TotalEnergies, em serviços de engenharia, aquisição e fornecimento de linhas de fluxo e conectores no projeto Girassol Life Extension, localizado no Bloco 17.

 

A Energy Capital & Power considera que com as atividades do setor energético de Angola "em franco crescimento, aguarda-se o surgimento de um conjunto de novos contratos de serviços de elevado valor, bem como a extensão de vários que já existem e que estão em implementação".

 

"O principal evento de energia do país -- Conferência e Exposição Angola Oil & Gas 2023 - irá impulsionar estes negócios, ajudando a estabelecer relações entre os principais protagonistas do setor energético que operam no país com empresas de serviços, inaugurando uma nova era de crescimento do mercado", realça, na nota.