Luanda - Ainda a lamber as feridas decorrentes da constrangedora derrota da sua candidata à presidência da Cruz Vermelha de Angola, o MPLA já se fez à estrada para a tentativa de transformar também em sua organização de massas uma associação sócio-profissional que, querendo, poderia ser uma “trincheira firme” da democracia em Angola.

Fonte: CA

Na “sede nacional” e nos tentáculos do “Partido” já estão em curso os preparativos para a tomada de assalto da liderança da Ordem dos Advogados de Angola, cujo congresso de renovação de mandatos está previsto para o próximo ano.

 

Fiel à máxima segundo a qual “quem chega cedo à fonte bebe água limpa”, o Comité de Especialidade dos Juristas do MPLA madrugou nas suas incumbências e numa reunião realizada na quinta-feira, 11, “elegeu” já o seu candidato à disputa eleitoral.

 

Actual presidente do Conselho Provincial da Ordem dos Advogados de Angola de Luanda, Henriqueta Maria Augusto de Sousa e Silva (na foto) é a aposta do “Partido” para bastonária da organização.

 

Além de deixar a reunião de quinta-feira “investida” como candidata do MPLA, à Henriqueta Sousa e Silva foram já fornecidos os nomes dos restantes membros que integrarão a lista com que concorrerá.

 

Contudo, em momento algum lhe foi pedida anuência sobre qualquer integrante. Ela também não mostrou nenhum incómodo por vir a liderar uma “gangue” cujos membros lhe foram impostos.

 

Mas, a mesma sabedoria popular também ensina que chegar primeiro à fonte não é, necessariamente, sinónimo de sucesso, não só porque alguém pode ter madrugado, como também porque as águas podem, numa fracção de segundos, passar do estado de calmaria total para o de “revolta” absoluta.

 

Nas eleições para a liderança da Cruz Vermelha de Angola, o “Partido” foi surpreendido por “águas (inesperadamente) revoltas”.

 

É também da sabedoria popular que há cinco degraus para se alcançar a sabedoria: calar, ouvir, lembrar, sair e estudar.

 

Obcecado com a instrumentalização de todas organizações profissionais e sindicais, o MPLA não se deteve em nenhum dos cinco degraus para uma reflexão que o levaria à inevitável conclusão de que os angolanos deixaram, há muito, de ser a manada de ovelhas obedientes que pareciam ser.