Lisboa – A iniciativa do Serviço de Investigação Criminal, em ocultar propositadamente o nome dos implicados, na mais recente apreensão de 45,6 quilogramas de cocaína, em forma de pó, no Terminal DP Word Luanda, foi determinada na sequencia da admissão de que um eventual anuncio embaraçaria a imagem do Segundo Comandante-Geral da Polícia Nacional de Angola, Antônio Pedro Kandela.

Fonte: Club-k.net

SIC TEME QUE O SEU NOME FIQUE  BELISCADO 

De acordo com apurações, um dos implicados e identificado como dono da mercadoria, é o oficial superior  da Polícia Nacional Antônio Buila “Toy”, que exerce o cargo de director do gabinete do segundo Comandante-Geral da PN, Pedro Kandela. “Toy” encontra-se detido.


Dentre os detidos está também João Papito, director de segurança do Terminal DP Word Luanda, e igualmente sobrinho do administrador do Porto de Luanda, para área  de estratégia, segurança e ambiente, Aníbal Antônio Vuma.


Ao total, o SIC deteve sete cidadãos , entre eles 4 funcionários do terminal portuário da Dubai Port (DP) World Luanda, nomeadamente o diretor de segurança , João Papito, um técnico de frio , um conferente do tribunal, um operador de maquina.


Foram também detidos três intermediários do alegado verdadeiro dono da droga, segundo o porta-voz geral do SIC, Manuel Halaiwa.


A substância proveniente do Brasil chegou a semana ao Porto de Luanda disfarçada em 34 pacotes que se encontravam camuflados nos ventiladores de refrigeração de três contentores de frio, carregados de várias caixas de coxa de frango importados.


Apesar do director de gabinete do segundo comandante ter sido detido, não há ainda evidencia de que Pedro Kandela alguma tenha tomado conhecimento que o seu subordinado estivesse associado a mercadoria, aprendida no terminal da DP em Luanda.


O debate sobre o envolvimento de altas patentes na Polícia Nacional, no narcotráfico, assentou-se nos últimos meses depois de um agora ativista contra o crime, Eugênio Quintas “Mangena”, ter publicamente implicado o actual DG Adjunto do SIC, Fernando Manuel Bambi Receado, como elemento que tem ligações estreitas aos barões das drogas em Luanda. O denunciante citou também um sobrinho de Receado identificado por “Chefe Bambi”, pertencente ao departamento do narcotráfico do SIC, tais como outros nomes como “Romão” e “Bezerra”. Este último é frequentemente citado como muito próximo a elementos que ficaram com o negócios de um falecido barão angolano identificado por “Chon”, de origem caboverdiana.


O comissário Fernando Receado, nunca contestou as acusações levantadas por “Man Gena”, que o ligam a rede do narcotráfico nacional. Sabe-se apenas, que uma brigada do SIC, tentou raptar “Mangena”, a partir de Maputo onde foi buscar refugio, afim de o levar Angola para propósitos de retaliações. As autoridades moçambicanas não o entregaram garantindo que o mesmo não seria deportado para Luanda.


De acordo apurações, o negócio do trafico da cocaína em Angola, é agora encabeçado por um sindicato de angolanos, nigerianos (Hemeca, David, Tony Haka, Tchicuma) que por sua vez rivalizam-se com congoleses (Kuinavidi), baseados na capital angolana.


De todos os nomes citados por “Man Gena”, apenas o dirigente do MPLA, Mário Domingos Durão, - que foi mencionado como amigo do nigeriano David - é que rejeitou as acusações por via dos seus porta-vozes, nas redes sociais. Em varias entrevistas Durão, tem reiterado que teve um passado menos bom, e que agora encontra-se aplicado em acções partidárias, e investindo na restauração (hotéis e restaurantes).

 


A droga aprendida recentemente no Terminal DP Word Luanda, foi despoletada na sequencia de uma denuncia chegada ao SIC, por um alegado grupo rival a rede dos angolanos. Segundo avançou a imprensa o porta-voz do SIC, terão primeiro apanhado um contentor à saída do Terminal Portuário, sendo que os demais foram encontrados em Viana junto a Ponte do 25 e outro ao longo da Via Expresso.