Lobito -  Dizia o historiador, sociologo, professor, escritor e jornalista, e porquê não dizer o missionario Padre Muanamosi Matumona, numa das suas obras literárias sobre a História do Jornalismo Angolano que ''O jornalismo Angolano tem naturalmente uma história própria. O seu perfil actual é sem dúvidas, o resultado de uma longa e difícil caminhada cheia de peripécias e vicissitudes, próprias de cada época e contexto''.


Fonte: Club-k.net



Todavia, nos dias de hoje, seria injusto poder afirmar que os resultados alcançados se devem a mudanças da Elite Politica. Mito, a elite politica muda de acordo com a pressão da Imprensa. Logo, não é por acaso, que aquando da tomada de posse da Ministra da Comunicação Social ouviu-se um tal discurso de, "O Estado vai continuar a criar condições para que a imprensa seja cada vez mais forte, isenta, plural, responsável e independente, dando expressão a realidade multicultural do pais e contribuindo para a unidade da nação incentivando o surgimento e desenvolvimento da iniciativa privada nacional nos diferentes domínios da comunicação social".



De facto, se nos apegarmos a este discurso, certamente, não estaria errado em afirmar que foi mais um daqueles a que o Presidente da República, fê-lo por uma questão de formalidade politica. Ou seja, os (dez) governadores de Benguela Armando da Cruz Neto e o da Huíla, Isaac Maria dos Anjos, puderam provar mais uma vez com o famoso vocábulo: falar não é fazer e o chefe só manda na cidade alta.



O primeiro porque obrigou os jornalistas dos órgãos público, em Benguela, a não saírem dos seus escritórios para cobertura de uma manifestação legal, requisitada por uma organização dos Direitos Humanos (Omunga), aqui o mesmo por desconhecimento da lei veio a chamar de um grupo. O segundo porque reprimiu por força do seu totalitarismo, os jornalistas dos órgãos públicos a não captar ou recolher nenhuma informação do local em que decorria uma demolição-terrorista amando da sua autoridade nazi. Pressupondo-se; no entender daquele governante aqueles jornalistas tinham mais o que fazer nos seus escritórios, equipados, com Ar-Condicionado de ultima geração.



Confesso, que não quis falar mesmo sobre este assunto (o terrorismo politico contra a imprensa protagonizado pelos (dez) governadores citados)! Juro que não quis falar mesmo! Filo por uma questão de cidadania e porque não consigo me manter calado quando se trata de atropelos aos direitos humanos e desrespeito a Constituição. Aliás, ouvi dizer: que o bom cidadão é aquele que conhece e respeita a constituição da Republica de Angola. Uma palavra basta para um bom entendedor: quer dizer; Armando da Cruz Neto e Isaac dos Anjos não são bons cidadãos muito menos bons políticos.



Mais uma vez (como é de costume), o direito ao livre exercício da actividade jornalística e da liberdade de imprensa foi posto em causa! E no meio de toda esta trapaça não se ouviu nem ''sequer" uma única insatisfação da titular do Ministério da Comunicação Social. Aquém, grande parte dos jornalistas e não só espera (va) ouvir pelo menos alguma coisinha...

Não só por si tratar de uma mulher e, jornalista de profissão (a ideia de que as mulheres são mais sensíveis e por ser jornalista compreenderia melhor as nossas dificuldades), mais também por ser uma Jurista, e, os Juristas (no conceito universal) não compactuam com ilegalidades.



Os órgãos de informação público são tutelados pelo Ministério da Comunicação Social, mas, duma forma geral todos os jornalistas e órgãos da comunicação social sejam eles públicos e privados são representados pelo referido ministério. O facto de Carolina Cerqueira, não ter se pronunciado sobre este incidente levou-me acreditar numa das palavras de uma amiga íntima de uma das minhas sobrinhas; que dizia: confiar nos governantes angolanos é desafiar com Deus.



O MPLA, talvez não terá se apercebido, precisa mostrar a sua competência de governação sem controlar ou asfixiar a comunicação social (já que Norberto dos Santos 'Kwata Kanawa' afirmará que o MPLA é a primeira interessada na implementação de uma democracia participativa em Angola). Não me parece nada elegante que um partido outrora apelidado de Partido do Trabalho, venha a ter estes tipos de comportamento contra a comunicação social. Nestas condições é legitimo pensarmos que nunca teremos uma angola cada vez melhor ou que mude para melhor sobre sua tutela...Nestas condições não é deselegante pensarmos desta maneira.



Não constitui segredo para ninguém (com este tipo de desgovernação), se angola não tivesse uma imprensa asfixiada, não estaria o MPLA a (dez) governar este país de 1975 até aos dias de hoje. Nas escolas de jornalismo, aprendemos que a comunicação social tem o poder de pôr e derrubar uma determinada figura ao mais alto cargo de uma nação. Salvar ou destruir uma nação através de uma informação, ela, tem este poder! Daí a ideia de certos teólogos caracterizarem-no como sendo o quarto poder. No caso de Angola, não é por acaso que para o jornalista Amílcar Xavier, nós somos "o quarto do poder" ao invés de "o quarto poder".



Se alguém se lembra da campanha eleitoral Norte Americana, certamente sabe que Barack Hussein Obama, não se tornou no presidente da nação mais poderosa do mundo por sua conta própria, não! Obama foi descoberto pela imprensa e tornado presidente dos EUA pela imprensa de todo o mundo. Ou seja enquanto Obama, era convidado 3 à 4 vezes por semana em programas televisivos, John McMain, contava-se uma à duas vezes. De facto naquela altura ignorámos o Código de Ética e Deontologia do jornalista; Obama, chegou mesmo a ser apelidado de o politico mais pop do planeta.



“Quem sobe pela mídia também sofre pela mídia” essas palavras foram pronunciadas pelo correspondente da revista americana Newsweek, Mac Margolis, no programa ''O Observatório de Imprensa'' da TV Brasil no Rio de Janeiro. Já em Angola, a coisa é infelizmente o contrário. Eles por cá, estão no poder porque não concordam com esta coisa de uma imprensa plural, isenta, responsável e muito menos de uma imprensa livre e independente.