Lisboa - Oficiais do Serviço de Investigação Criminal (SIC), terão exigido a quantia monetária de 10 milhões de kwanzas para abafar e não prender um construtor brasileiro, apontado como dono de quilogramas de cocaína aprendidas no passado dia 5 de Junho. Proveniente do Brasil, a mercadoria entrou em território nacional, pelo Porto do Namibe no interior de materiais de construção.

Fonte: Club-k.net

Identificado por “Guchia”, o alegado dono da mercadoria é um construtor brasileiro que está em Angola como engenheiro principal da construtora brasileira Queiroz Galvão. Em parceria com um alegado sócio, do regime angolano, o mesmo criou uma empresa que terá ganho dois contratos de empreitada para reabilitação de das estradas na província do Cuando Cubanbo, sendo uma delas a de Caiundo ao Rundo.

 

De acordo com apurações, o engenheiro “Guchia”, terá recentemente arrendado um estaleiro na cidade do Menongue, na qual contava acolher maquinas e outras mercadorias que encomendou a partir do Brasil, e que chegaram pelo Porto do Namibe. O plano traçado, era de que para mercadoria chegar até Menongue, deveria ser transportada por uma longa rota, aparentemente para desviar as atenções. A rota seria, Porto do Namibe, Lubango, Chongoroi, Ganda, Huambo, e por fim, a cidade do Menongue.

 

A mercadoria saiu perfeitamente do Porto do Namibe, porém, ao passar pelo Chongoroi, na província de Benguela, alguns agentes do SIC interceptaram e ao fazerem inspeção depararam-se com enormes quantidades de cocaína escondidas no interior das maquinas. O produto não foi pesado para se apurar a quantidade exacta.

 

Porém, o motorista angolano depois de interrogado, explicou que estava a transportar a mercadoria por orientação do seu patrão que era um engenheiro de origem brasileira.

 

Segundo apurou o Club-K, o engenheiro brasileiro “Guchia”, dado como o alegado dono da mercadoria encontrava-se na província de Malanje em serviço quando foi confrontado com um telefonema a avisar que o camião que transportava as suas maquinas rumos a Menongue, foi interpelado na vila localizada a cerca de 50 km a leste da cidade de Benguela. Foi-lhe igualmente transmitido que durante a apreensão foram encontradas enormes quantidades de cocaína.

 

Para intimidar os agentes do SIC, o construtor brasileiro “Guchia”, teria inicialmente dito que a mercadoria pertencia a uma importante figura do regime, mas depois acabou confessando que usou o nome do amigo do MPLA ver se o assunto fosse resolvido pacificamente e sem exposições.

 

Os agentes do SIC de Chongoroi/Benguela, fizeram diligencias junto aos seus colegas na província de Malanje solicitando a detenção do engenheiro brasileiro para interrogatórios, já que se encontrava em terras de Pungo a Ndongo, a realizar outros trabalhos no campo da mineração.

 

Diante do cidadão brasileiro, os oficiais do SIC, em Malanje, atuaram sem rodeios, solicitando o pagamento de 10 milhões de kwanzas, para que o caso devidamente abafado mas a droga ficaria com os oficiais do ministério do interior, e que não seria declarada ao Ministério Público. O Club-K, não conseguiu ainda apurar se o cidadão brasileiro aceitou pagar a quantia aos oficiais do SIC.

 

Quanto ao motorista angolano, este  terá telefonado para um familiar junto a Procuradoria da República, havendo informações que foi recomendado a sair do pais, via fronteira com a Namibia, até que as coisas se resolvam.

 

O narcotráfico é um problema crescente em Angola, e o país é cada vez mais visto como um importante centro de trânsito para o tráfico de drogas entre a América do Sul, a África e a Europa. Embora não haja dados oficiais sobre a extensão do narcotráfico em Angola, estima-se que o país seja um importante corredor para a cocaína, maconha, heroína e outras drogas que são transportadas em grandes quantidades através das suas fronteiras.

 

As autoridades angolanas têm lidado com o problema do narcotráfico com medidas cada vez mais duras, incluindo a apreensão de grandes quantidades de drogas e a prisão de traficantes. No entanto, o país ainda enfrenta desafios significativos na luta contra o narcotráfico, incluindo a corrupção, a falta de recursos e a questão da droga que nunca são queimadas havendo suspeitas que os oficiais do SIC se apoderam dela para revender.

 

Há poucos meses, um agora ativista contra o crime, Eugênio Quintas “Mangena”, implicou publicamente o actual DG Adjunto do SIC, Fernando Manuel Bambi Receado, como elemento que tem ligações estreitas com os barões da droga em Luanda. O denunciante citou também um sobrinho de Receado identificado por “Chefe Bambi”, pertencente ao departamento do narcotráfico do SIC, tais como outros nomes como “Romão” e “Bezerra”.

 

Apesar das graves denuncias, o comissário Fernando Receado, nunca contestou as acusações levantadas por “Man Gena”, que o ligam a rede do narcotráfico nacional. Sabe-se apenas, que uma brigada do SIC, tentou raptar “Man gena”, a partir de Maputo onde foi buscar refugio, afim de o levar Angola para propósitos de retaliações. As autoridades moçambicanas não o entregaram garantindo que o mesmo não seria deportado para Luanda.