Todos os factos recentes indicam que diabolizar e intimidar o “Galo Negro” e outros faz parte da receita das práticas mais frequentes do MPLA. Tudo isso, saliente-se, acontece numa altura em que tentamos ultrapassar o duro passado recente.
A estupidez do senhor Eduardo dos Santos, um dos dois últimos ditadores da África Austral, é tanta, que o poder judicial em Angola praticamente não decidi nada, mas sim é obrigado a ler sentenças previamente escritas no Palácio da Cidade Alta. Tudo isso, saliente-se, acontece numa altura em que aspiramos Democracia.
Depois de Regina Chipóia, ex-secretária da UNITA no Kuando Kubango (K. K.), agora é a vez de Francisco Falua, antigo representante da UNITA no Kwanza Norte. A senhora Chipóia está a ser julgada por ter criticado a distribuição injusta de BI’s no K. K., enquanto que o senhor Falua é acusado de agressão física a um suposto agente policial aquando da visita de Samakuva a Ambaca há algum tempinho atrás.
Analisando bem as coisas, ambos os “reus” aqui mencionados não cometeram crime algum, pois criticar é uma das regras básicas da Democracia, enquanto que defender-nos quando alguém nos aponta uma arma, acção do tal agente, é direito nosso. Estou enganado, Pai Grande da Cidade Alta?
José, a mim me parece que o senhor, com todo o respeito, não possui qualquer vergonha na sua “linda” cara, visto que os verdadeiros criminosos, após 2002, são protegidos seus. O senhor quer que eu dê alguns exemplos concretos, meu presidente? Então, ei-los aqui:
- A senhora Quina da Silva, antiga chefe dos SME e parente sua, ofereceu tantos passaportes do meu país a estrangeiros porque ela andava a caçar o lucro fácil, atentando contra a segurança do meu estado. Até hoje esta senhora ainda não chegou a ser ouvida por um juíz.
- Em 2003 militares da sua brava e amada UGP mataram cruelmente o puto XEROQUE por este estar a cantar uma música sobre a dura realidade de Angola. Mas até hoje os seus “cães de guerra” que apagaram o jovem lavador de carros, indefeso e pai de dois filhos continuam a solta e sempre raivosos. Minto, senhor comandante em chefe?
- O senhor Faustino Muteka, membro do “nosso” glorioso MPLA, mantinha gente presa sob tortura em sua fazenda algures no sul de Angola. Esse facto deu-se há não mais do que 5 anos atrás em pleno período de paz. Mas, apesar disso, o calvo continua sendo um dos braços direito do meu presidente JES no Bureau Político do “partido”. Verdade ou mentira?
Meu presidente isso é apenas 1% das injustíças. Tenho a certeza de que está mais do que claro que o senhor é o líder do mal. Sim, o senhor é quem coordena as intolerâncias políticas por Angola. O senhor é tolerante à diabolização de outros angolanos só porque pensam diferente de si. O senhor é um ditador nato em pele de “santo santinho”. O senhor ignora que os angolanos não mais querem que águas passadas venham a mover moinhos. O senhor está ultrapassado no tempo. O senhor ainda vive nos anos 80, porque o senhor é um comunista que tem a coragem de gritar “DEMOCRACIA IMPOSTA; DEMOCRACIA NÃO ENCHE BARRIGA”.
Acredito que desde agora acabo de lhe dar motivos para que eu também seja julgado injustamente como FERNANDO MIALA, MARIA DA CONCEIÇÃO DOMINGAS, AGENTE EDSON, etc. Estou certo ou não, meu “amado” presidente?
Se os meus motivos já são suficientes para ser julgado de acordo com as suas regras ditatoriais, então também quero ser julgado, condenado e preso imediatamente. Porém, quero deixar-lhe bem claro que só a morte me impedirá de continuar a lhe convidar para o diálogo ou debate, minhas armas predilectas.
Eu sou de paz, amo a paz e quero a paz para sempre, mas também gosto muito da guerra de palavras. Por isso, meu senhor, desafio-lhe a entrar em debate com Samakuva, Kabango, Leitão, Filomeno e outros durante a campanha eleitoral de Agosto próximo. O senhor teria a capacidade de entrar em debate ao vivo (plateia) e em directo (TV) sem qualquer papel contendo letras garrafais em mãos? Se sim ou não, não sei. Em todo o caso, o desafio está lançado e através desta o meu crime está cometido.
* Pedro Veloso
Fonte: Club-k.net
