Luanda - Durante a campanha eleitoral realizada em Angola a pouco menos de dois anos o povo Angolano foi mobilizado para exercer o seu direito de cidadania, votando para o partido que lhe garantia e prometia as melhores condições  sociais (casa, Agua, luz,  etc) educacionais e afins, todos os partidos apresentaram os seus programas e venceu o MPLA o partido que melhor convinha  a população Angolana.


Fonte: Club-k

O povo Angolano durante anos, esperava este grande momento que em 1992 havia sido interrompido  fruto do desentendimento e acusações mutuas entre as duas maiores forças politicas do país, faço menção deste passado não para trazer as amarguras que passamos ate ao fim do conflito armado em 2002 mas para que saibamos de onde saímos, onde estamos e onde vamos.


Desde o pronunciamento do Presidente da Republica o Engº José Eduardo dos Santos, sobre a preparação das eleições legislativas que  culminou em  2008, que não se falava em outra coisa dentre os Angolanos!...


Para quem vai o meu voto? Esta era a pergunta que pairava sobre as mentes de cada cidadão que perspectivava uma Angola melhor, imparcial e cada vez mais justa na distribuição equitativa de todos os recursos disponíveis, sejam eles naturais, laborais educacionais e outros que nos pudessem garantir uma vida social estável e digna para todos os Angolanos de Cabinda ao Cunene do Mar ao Leste.


Perspectivávamos uma Angola, diferente daquela que tivemos ate 2001 antes da morte do líder histórico da Unita, idealizávamos uma Angola com politicas de crescimento económico e social igual ao Dubai, Libia, Africa do Sul e tantos outros países  que serviriam de exemplo para Angola.


Talvez tivéssemos sonhados altos de mais, quem sabe ate grande de mais, porque a final a verdade continua bem presente nos nosso olhos, passado aproximadamente dois dos quatro anos previstos para as próximas eleições “Caso não sejam adiadas”. Não vimos ainda “erradicado” os buracos nas estradas de Luanda, apesar de pagarmos a taxa de circulação, os empregos ironicamente prometidos para a maioria dos Jovens, ainda não chegou a bater a porta desta juventude considerada a força motriz do país, que lamentavelmente nasceu de uma gravidez quase abortada e aprendeu com a dura realidade a conviver com o espírito do deixa andar e  continua a enfrentar o desemprego, as mulheres se arrojam a zungar colocando as suas vidas a disposição dos porretes algumas vezes mortíferos dos policias responsáveis pela ordem publica e segurança da população, mas para elas isso não interessa o que interessa mesmo é alimentar os seus filhos e maridos na sua maioria, que fazem biscates de guarda segura, para ajudar a mulher no final do mês.


Fazendo uma analise racional concluímos que continuamos sendo negado os melhores dias, recheado de prosperidade e fartura, nós povo Angolano sempre soubemos ser humilde nos momentos cruciais da nossa historia,  mas tal humildade hoje confundisse com burrice ou medo da opressão apesar do solo pátrio ter gerado as melhores riquezas para os seus filhos, após 1979 passamos aos terceiros lugar da fila, pois foi invertida a contagem do Sonhador desta Nação e Dr. António Agostinho Neto e também do seu arqui-rival o Dr. Jonas Savimbi.


Que faço questão de repetir a contagem inicial, primeiro o Angolano, segundo o Angolano… decimo o Angolano e o resto vem depois.


Passamos em terceiro plano, agora para queda e quebra da mascara suja,  repleta de injustiça social que alguns se escondiam atrás dela colocando como a principal  justificação a guerra que assolava o país, já não se aplica.


Para concluir o meu raciocínio central, o meu voto vai para os sem teto que perderam a voz e a vez em sua própria terra, para as zungueira, órfãs e viúvas, para os pobres, os desempregados e para todos aqueles que com a lágrima do rosto deixa a sua casa sem saber para onde ir mas sabendo o que vai a busca, o chamado pão de cada dia.


O meu voto vai para as crianças que se esforçam em ir a escola mesmo com fome para um dia serem alguém, mas que lhes foram tirada a merenda escolar e novamente ouvimos historias de crianças que desmaiam em plena sala de aula por não terem se alimentado.


O meu voto vai para aquele jovem que não tem condições de comprar uma casa de 170 mil dólares e nem ganha 3000 dólares mês e pior ainda não tem 23 mil dólares para adiantar os 20% do solicitado para poder adquirir uma casa no  programa habitacional Angola jovem, o meu voto vai para os velhos do beiral que foram esquecidos e lançados a sua sorte e para sobreviver arriscam as suas vidas e saem as ruas pedindo esmola.


O meu voto vai para todos quanto preparam-se para na próxima eleições dizerem Basta! Teremos que ter coragem de olhar face a face e olho no olho através da urna de voto para que partido for e dizer, se fez asneira sai fora e deixa lugar para os outros tentarem a sua vez, porque afinal de contas demos a oportunidade em 80% de voto de confiança para nos mostrarem que tudo não passou de um pesadelo o que vivíamos e que devíamos acordar diante desta Angola empolgante mas confusa. Basta de miséria, pobreza, riqueza ilícita, desemprego, injustiça…


O teu voto faz a justiça, o teu voto garante a vida e saúde social do povo, portanto  basta de viver através da luz das bandeiras partidárias, basta a segregação politica como forma de opressão, no emprego e na vida social, basta de toda essa asneira porque no final de tudo somos todos seres humanos com liberdade de escolha.


Para isso não importará quem estará no poder, mas a quem confiaremos a responsabilidade conduzir a nova Angola, os nosso filho, os nosso interesses.


O meu voto vai para!...