Lisboa – O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, comunicou aos seus principais colaboradores que decidiu, exonerar o jornalista Alfredo Benedito Salvador Carima “Dito” (na foto), do cargo de Conselheiro de Imprensa e cultura junto da embaixada de Angola no Reino Unido da Grã-Bretanha, Irlanda e Irlanda do Norte.

Fonte: Club-k.net

Cientista em "gestão" de grupos de Whatsaap

A exoneração de Alfredo Carima, surge depois de o Correio Angolense, ter avançado no passado dia 29 de Junho, uma reportagem dando conta que sobre o mesmo haviam suspeitas de ter vazado o conteúdo de uma reunião entre uma delegação ministerial a Londres e responsáveis da CNN, cujo propósito seria a abertura da designada “CNN-Angola”.

 

Em meios que acompanham a política de comunicação social angolana consideram que o adido de imprensa cessante terá sido alvo de  tensões internas, que a muito teriam apelado que o mesmo fosse descartado no seguimento de reclamações relativamente a  problemas de relações humanas. Na onda das referidas intrigas foram feitas insinuações que o associavam como patrocinador da pagina “Joana Clementina”.

 

O actual embaixador de Angola em Londres, Geraldo Nunda que é uma figura que prima pelas regras de  boas maneiras, desaprecia certas reclamações a  respeito, do adido de imprensa,  não obstante a aversão que é frequentemente atribuída ao mesmo,  a tudo que se origina da UNITA, o maior partido da oposição em Angola.


No primeiro encontro que o embaixador Geraldo Nunda teve com líderes da comunidade angolana, surgiram queixas de que o adido de imprensa andou a impedir os interlocutores de abordarem o novo chefe de missão diplomática.  Terá também feito intrigas implicando um ativista em Londres, Gika Tetembwa.

 
Em Março de 2022, a comunidade em Londres queixou-se dizendo que foram alvos de ameaças de Alfredo Carima, por estes terem estado a mover um abaixo assinado para que o ministério das relações exteriores revertesse a exoneração da antiga cônsul-geral Maria Teresa Vitoria Pereira.

 

Há poucos dias um alto responsável do ministério da energia e águas, engenheiro Lucrécio Costa, repudiou o adido de imprensa em Londres, por ter marginalizado, nas redes sociais, a memória do seu malogrado irmão, Gustavo Costa.

 

"À propósito de um post macrabro e asqueroso, sobre uma pretensa conversa com o espírito do meu irmão Gustavo Costa, devo dizer que, infelizmente, o ignóbil autor, Alfredo Carima, delicia-se praticando banditismo intelectual, uma característica peculiar de gente troglodita, vil e carente de protagonismo decente. Estaremos diante de uma palermice corriqueira e pouco mais", lê-se na mensagem de Lucrécio Costa

 

Em Londres desde 2021, Alfredo Benedito Salvador Carima, foi uma aposta do antigo embaixador em Londres Rui Jorge Mangueira, de quem tinha excelentes relações. Após a formalização da sua nomeação em 2018, o então novo adido de imprensa, terá ficado algum tempo na capital portuguesa, aguardando que as autoridades resolvem questões de ordens orçamentais para o receber em Londres.

 

Durante o mandato de JLO foi "empossado" como administrador do grupo de whatsapp dos jornalistas angolanos. A missão durante o período da pre campanha eleitoral das últimas eleições em Angola foi de monitorizar e minuciosamente o grupo dos jornalistas. Dentre as varias tarefas é oportuno destacar "Distorcer os debates no fórum e remover do grupo todos aqueles com uma visão contrária do governo do MPLA".

 

Antigo estudante do então designado Instituto Médio Karl Marx Makarenko (hoje IMIL), e mais tarde no IMEL, o jornalista  Alfredo Carima, fez carreira por um curto período de tempo no Jornal de Angola. Trabalhou depois como consultor comercial da SINFIC, uma empresa ligada ao MPLA, que prestava assessoria informática a Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

 

A dada altura esteve a trabalhar para a Rádio Mais, na qual realizava o programa "Mais Cidadania", tendo sido afastado no primeiro semestre de 2014, em circunstancias meio turbulentas e que não abonavam em nada o seu perfil profissional. Os colegas da Rádio Mais atribuíam-no uma alegada tendência de usar mais os músculos e as ameaças em detrimento dos neurónios e dos argumentos de razão, no campo das relações urbanas.

 

Ainda na Rádio Mais, Alfredo Carima, chegou a ser reportado como tendo agredido um colega Gilberto das Neves, algo depois contestado pelo mesmo justificado que “dirigi-me à sala do Sr Gilberto das Neves e da troca de palavras havida, resultou na acção minha de o agarrar pelos colarinhos da camisa por cerca de 15 ou 20 segundos”, lembrando que “Se o tivesse agredido ou espancado o assumiria como o faço com todos os meus actos”.

 

Ao deixar a “Rádio Mais”, Alfredo Carima foi “devolvido” para a esfera do Estado onde ocupou as funções de assessor de imprensa do Secretário-Geral da Assembleia Nacional. Tem formações avançadas em informática feitas no Brasil, e outras superações técnicas.